Paolo Cognetti nascido em Milão em 1978 é um dos escritores italianos mais aclamados pela crítica e apreciado pelos leitores. As Oito Montanhas (2016) foi o primeiro romance do autor publicado em Portugal, no ano passado. Escrito com «o fólego de um clássico», esse livro tem ecos de outros grandes que subiram a montanhas para se tornarem maiores do que a vida, e talvez por isso esteja também dividido em três partes mais ou menos correspondentes às três fases de vida de um homem. Em O rapaz selvagem, o segundo romance do autor, um relato da sua vida na montanha entre o autobiográfico e o romanceado, Paolo, que nunca se designa, embora narre na primeira pessoa, tem trinta anos e sente-se sem rumo ou esperança quando decide partir para a montanha, inclusive na esperança de voltar a escrever. O autor cita recorrentemente outros escritores modelos, como Walden, de Thoreau, que optaram por abandonar a civilização para se poderem encontrar a si próprios.
A montanha neste livro é portanto mais do que a neve onde se pode esquiar, as escarpas que alpinistas desafiam, que os caminhantes trepam ou onde alguns pastores ainda sobrevivem no seu modo de vida. Há no ar rarefeito, frio e árido das montanhas, onde nem o solo é cultivável, quem encontre um modo de vida e prefira viver no silêncio e na solidão do recato de uma maneira de ser perdida nos tempos.
É também na montanha que se dá o desencontro e o reencontro com o pai e com os que serviram de figura tutelar a Paolo, enquanto ele procura descobrir o sentido da sua própria vida, mesmo quando esse destino implica virar costas a tudo o que se conheceu, ou acabar por se perder irremediavelmente…
Um belíssimo livro, de escrita leve e intimista, que nos mostra ainda como há lugares que vivem apenas na nossa infância e de como as memórias que ficam são demasiado aguçadas para serem confrontadas com as realidades que desmoronam face ao brilho de um passado que não volta mas está sempre vivo no nosso íntimo. Ver artigo
Partilhamos a nota de imprensa:
Susan Spann, advogada e antiga professora de Direito, escritora premiada, estudou mandarim e japonês e é apaixonada pela cultura asiática. Os seus passatempos incluem cozinha oriental, esgrima, arremesso de facas e shurikens, arco tradicional, artes marciais, escalada e hipismo. O Pecado da Gueixa é o seu livro de estreia em Portugal.
Neste viciante thriller histórico, repleto de pormenores de época e da cultura japonesa, um missionário português enfrenta o código samurai para salvar a vida de uma mulher. Ver artigo
Partilhamos o comunicado de imprensa:
«Repleto de emoções, como a alegria e a tristeza, e uma intriga bem construída.» Sunday Post
A ILHA DOS SEGREDOS
Um livro para ver, viajar e sonhar Ver artigo
Se a metáfora de “a vida é um palco” já se torna batida, aqui a vida é uma noite de stand-up comedy.
Num livro talvez desconcertante ao início, o leitor levará algum tempo a familiarizar-se com uma narrativa que discorre na primeira pessoa, durante uma performance, pontuada por analepses, em que se alterna ainda entre o discurso do artista, a descrição das acções que se sucedem ininterruptamente e o pensamento, aliado ao seu rememorar, de Ashai Lazar, o protagonista. A própria vida é aqui vista e repensada como uma performance, em que os nossos actos podem voltar no futuro para nos confrontar ou, como acontece a certa altura com o artista durante a sua performance, há a franca possibilidade de darmos bofetadas em nós próprios. Aquilo que parece um espectáculo sem nexo, quando ouvimos um artista em palco que tanto pretende fazer rir o público, como de repente se esquece e se põe a relembrar e recontar a sua vida, pode ainda ser interpretado como uma alegoria dos tempos actuais, em que tudo aquilo que fazemos é colocado em foco, como se estivéssemos ou nos imaginássemos perante um palco (com um certo egotismo e narcisismo, como nas selfies que inundam as redes sociais), dignos da atenção do mundo inteiro pelos gestos mais banais.
O artista pretende gozar com tudo e o público continua a rir, mesmo quando se sente incerto ou mesmo incomodado pelas piadas que versam inclusivamente a doença ou a morte, como se na vida tudo fosse risível ou talvez seja o riso a única salvação e a melhor forma de relativizar. Mas o humorista também corre naturalmente o risco de se tornar anedota…
A dada altura, Ashai Lazar, o protagonista, especialmente convidado pelo artista a comparecer, até porque ele é um juiz (e quem melhor do que um juiz para julgar a sua performance?) sente-se mesmo tocado por esta performance de stand-up comedy como há muito tempo a arte não o fazia sentir: «Como é que a sua verborreia histérica e as suas piadas irritantes tiveram sobre mim o mesmo efeito que a luz estroboscópica sobre os epilépticos, precipitando-me mais e mais para dentro de mim, para a minha vida?/E como é que ele, no seu estado, fez por mim aquilo que nenhum dos livros que li, dos filmes que vi ou das consolações que os meus amigos e parentes me ofereceram fizeram nos três últimos anos?» (p. 87)
O texto ganha assim laivos metaficcionais, na medida em que se pensa a si próprio e reflecte sobre a literatura. É curioso aliás que este juiz ainda por cima seja autor de textos ou sentenças incisivas e mais ou menos cuidadas literariamente: «Pensei nas minhas sentenças, cuja mínima frase polia e limava e nas quais de vez em quando – de uma forma obviamente discreta e sem pretensões – introduzia alguma metáfora florida, citação de um poema de Pessoa, Kavafy ou Nathan Zach, ou até alguma imagem poética da minha autoria.» (p. 75) Ver artigo
Nascido em Washington em 1977, este autor é uma das jovens vozes proeminentes da literatura norte-americana. Extremamente Alto e Incrivelmente Perto (2012) foi um sucesso inclusivamente adaptado ao cinema, apesar de abordar um tema delicado, pois trata de uma criança cujo pai foi vítima do 11 de Setembro. Sem querer entrar em comparações e superlativações, podem encontrar-se ecos na sua escrita de Jonathan Franzen e de um Philip Roth mais jovem. Neste Aqui Estou, o autor regressa à questão do judaísmo, como aconteceu em Está Tudo Iluminado, o seu primeiro romance, escrito aos 24 anos.
O título Aqui Estou é enganosamente simples, como a certa altura se explica, em referência ao episódio bíblico de Abraão. Quando Deus testa Abraão e o chama, este responde: «Aqui estou.»
«A maior parte das pessoas pensa que o teste é aquilo que se segue: Deus a pedir a Abraão que sacrifique o filho, Isaac. Mas acho que também podemos fazer a leitura de que o teste aconteceu quando Deus o chamou. Abraão não disse: «O que queres?» Não disse: «Sim?» Respondeu com uma afirmação: «Aqui estou.» Seja o que for que Deus queira ou precise, Abraão está inteiramente presente para ele, sem condições ou reservas ou necessidade de explicação.» (p. 134)
É um livro cujo tamanho pode assustar mas que se lê com leveza e divertimento, escrito com sensibilidade, ironia e humor. Por vezes uma crítica corrosiva ao modo de vida americano: «os Chineses são suficientemente espertos para saber que os Americanos são suficientemente estúpidos para comprar seja o que for» (p. 246).
Tragicomédia moderna, assente em parte numa revisão da cultura judaica ou de como se pode continuar a ser judeu nos dias que correm, numa América ela própria desamparada em termos de identidade, mesmo que não se entre em críticas directas a Trump – apenas surge a referência a um «presidente saloio de cabeça gigante» (p. 256).
Jacob é um escritor frustrado, resignado a escrever o guião de uma qualquer série de sucesso com dragões, seguida por 4 milhões de pessoas, e Julia, uma arquitecta que nunca viu um edifício desenhado por si construído, quarenta e três anos e uma mãe de sucesso, com três filhos, aliás, quatro, contando com o marido. Até que após quase vinte anos de vida em conjunto tudo é posto em causa por causa de umas mensagens pornográficas encontradas num telemóvel que surge no chão da casa de banho, onde um marido hipocondríaco e aparentemente recalcado se refugia todas as noites para enfiar supositórios.
Os diálogos de família são absolutamente caóticos, o que só retrata como tantas vezes a vida em família é feita de conversas cruzadas, em que todos falam em simultâneo e as falas encadeiam-se umas nas outras, e de desentendimentos que nos aproximam.
Este é também um livro sobre uma crise de fé no casamento, pois a resposta «Aqui Estou» pode ser igualmente aplicada a uma relação conjugal que é constantemente posta à prova e ainda assim encontra forma de sobreviver, perante a rotina, a apatia, a insegurança de cada um, ou a traição, quando, subitamente, um casamento pode tornar-se uma guerra civil:
«Ao décimo dia, Jacob abriu a porta da casa de banho e viu Julia a secar-se depois de ter tomado duche. Ela cobriu-se. Ele já a tinha visto sair de centenas de banhos, já tinha visto três bebés saírem do corpo dela. Tinha-a visto despir-se e vestir-se milhares e milhares de vezes (…). Tinham feito amor em todas as posições, com todas as partes do corpo vistas de todas as perspectivas possíveis.
– Desculpa – disse ele, sem saber a que se referia a palavra, sabendo apenas que o seu pé carregara ao de leve na espoleta de uma mina.» (pág. 168) Ver artigo
Publicado em Março pela Alfaguara, este livro é uma sequela de O meu nome é Lucy Barton, em que a autora explora justamente as sequelas do impacto que Lucy Barton teve naqueles que a rodeiam, em Amgash, cidade do Midwest americano, onde viveu na sua infância. Lucy Barton, antes uma criança irreverente e um pouco estranha, oriunda de uma família marginalizada, é agora uma famosa escritora, e é particularmente através da sua escrita, sob a forma de um livro de memórias, que vai ter impacto na comunidade, sobre cujas vidas podemos ler de forma fragmentada, como se esta obra fosse uma colectânea de contos, em que, todavia, as várias histórias se vão interligando entre si, com personagens que são mencionadas aqui e exploradas ali, sempre com Lucy Barton no seu centro. Também no centro das várias histórias, a entretecê-las, está a exploração do bem e do mal que vive em maior ou menor harmonia no seio de cada indivíduo, das acções cometidas no passado que ainda perseguem a memória, seja por actos cometidos em guerras impostas, seja por escolhas feitas por amores mais ou menos irreflectidos, ou por simples caprichos de uma vontade intempestiva que dita alguma palavra menos premeditada, mas que pode causar danos irreparáveis. Felizmente tudo é possível, e se as pessoas não estiverem demasiado interessadas em si mesmas, como se afirma a certa altura, é sempre possível reparar o mal que por vezes se comete, porque é isso que significa ser humano: «Somos todos uma trapalhada, Angelina, tentamos fazer o melhor que podemos, amamos de um modo imperfeito, Angelina, mas não faz mal.» (p. 56). E ao ler-se esta passagem, não parece que o nome próprio da personagem seja acidental…
Percebemos que passou um ano, e cinco das nove histórias ou capítulos que constituem o livro, quando Lucy Barton, até aí sempre comentada e analisada mediante o olhar de terceiros, aparece finalmente em cena, para um reencontro com os seus dois irmãos, na casa onde viveram em crianças, com uma mãe distante e apagada, e na mais abjecta pobreza.
A escrita de Elizabeth Strout é extremamente subtil, na forma como interliga o gesto mais banal com a profundidade psicológica e a reflexão em torno da vida, da felicidade, do amor, do remorso.
A autora obteve sucesso mundial com Olive Kitteridge (adaptado a uma fabulosa mini-série com a Frances McDormand), obra que lhe valeu um Pulitzer. Ver artigo
Nos anos 60, quando a Grã-Bretanha se tornou numa potência menor, quando ainda não existe a palavra adolescente, nem se entraram nos loucos tempos de liberdade sexual, quando ainda se vive segundo alguns convencionalismos burgueses, mas a masturbação já não é tabu nem pressupõe a crença de que causa cegueira, um jovem casal vive a sua noite de núpcias, passadas cerca de oito horas da cerimónia do casamento. O livro não o indica directamente, mas estamos em Julho de 1962, no final de um dia de verão, Florence e Edward esperam ansiosamente que lhes acabem de servir a refeição no quarto, para poderem ficar finalmente a sós. Mas o momento que Edward deseja com crescente excitação, é igualmente temido por Florence, que receia o instante em que terá de render o seu corpo ao noivo. As 128 páginas deste livro alternam entre o discorrer da sua “noite de núpcias” e o rememorar das suas vidas e relação com os pais, bem como dos últimos anos desde que se conheceram.
«Eles eram jovens, licenciados, ambos virgens naquela sua noite de núpcias, e viviam numa época em que uma conversa sobre dificuldades sexuais, que nunca é fácil, era simplesmente impossível.» (p. 7)
Pode ler-se que esta é «mais uma obra-prima de Ian McEwan – uma história de vidas transformadas por um gesto não feito ou uma palavra não dita», à semelhança da obra de Kazuo Ishiguro, cuja intriga gira muitas vezes em torno de um equívoco ou mal-entendido.
Um livro tão brilhante quanto incómodo, na forma como indicia que por vezes é só no fim do decurso de uma existência que verdadeiramente reconhecemos como uma só palavra ou cedência poderia ter resultado num desfecho de uma vida completamente diferente. E mais realizada.
O filme foi adaptado ao cinema e deverá estrear em Maio, com realização de Dominic Cooke, e Saoirse Ronan e Billy Howle nos principais papéis. Saoirse Ronan é a mesma jovem que despoleta toda a confusão de Expiação (2007 – outra das várias adaptações ao grande ecrã das obras do autor).
Este jovem casal contracenará ainda este ano noutro filme, A Gaivota, uma adaptação a partir da peça de Tchékhov. Ver artigo
Este livro (publicado pela ASA) inicia uma saga em 5 volumes das Crónicas da Família Cazalet.
Entre os anos 30 e 50, conta-se a história das três gerações desta família «tão grande e chegada, com todos os seus costumes e tradições e piadas» (p. 94).
O primeiro volume começa com as férias de Verão de 1937, em que a família se reúne na sua casa de campo no Sussex. Os irmãos Hugh, Edward e Rupert com as suas mulheres e filhos, a irmã solteira Rachel e os pais.
A escrita é estranhamente actual e ligeira, bastante aditiva, que nos leva a folhear rapidamente as páginas, enquanto lemos os eventos descritos entre os adultos e as crianças, entre a aristocracia e a criadagem, num ritmo voraz. A autora contudo nasceu em 1923, trabalhou como modelo e actriz antes de se tornar romancista. Kingsley Amis foi o seu terceiro marido.
Consta que está a ser realizada uma série da BBC em cinco temporadas. Ou que já foi realizada…? Ver artigo
Ler este livro é como ler um esboço de Cem Anos de Solidão. Gabriel García Márquez, em Viver para Contá-la, não refere este autor italiano, nascido em Pisa (1943-2012), como uma das suas leituras de formação, mas este romance de estreia de Tabucchi lembra muito o realismo mágico de Gabo. Na Praça de uma aldeia toscana junto ao mar, onde se vive o tempo de uma nação, assiste-se ao cair da monarquia e ao erigir da democracia, com duas guerras pelo meio. A acção dá-se em saltos, onde o capítulo seguinte tanto pode retomar o fio da narrativa, como nos levar para o futuro ou para o passado, enquanto no decurso de três gerações, com nomes como Garibaldo, Quarto, Volturno, ou Melchior, passamos de avô para filho para pai, sendo que os próprios nomes das personagens se repetem em estranhas revivescências, numa família que «troca as voltas ao tempo» (p. 87). O tema do duplo está ainda implícito no patriarca Plínio que tem duas vezes gémeos.
E tal como acontecia na Macondo dos Buendía, os acontecimentos mágicos invadem toda a aldeia, pelo que quando uma bomba estilhaça todas as janelas da aldeia, é mais natural assumir que estas se libertaram das dobradiças e partiram em voo como um bando de gansos selvagens. Como se indica logo no início esta é uma «Fábula popular em três tempos, um epílogo e um apêndice», escrita em 1973 e publicada dois anos depois.
O livro começa pelo fim para depois nos levar novamente até ao princípio, sem perder a capacidade de chocar com um fim anunciado e com a surpresa de uma reviravolta anunciada apenas no final e que confirma como os horóscopos não são fáceis de enganar mesmo que se adiem os prognósticos.
António Tabucchi ensinou em várias universidades de Itália, publicou 27 livros, entre o romance, o ensaio e contos, escreveu um romance em língua portuguesa, Requiem (1991), traduziu para italiano a obra de Fernando Pessoa, que é também protagonista de Os últimos três dias de Fernando Pessoa (incluído numa reedição de 2015 que integra três pequenas obras), em que se narra a morte de um dos nossos maiores poetas. A sua obra tem sido cuidadosamente reeditada pela Dom Quixote, como aconteceu com a belíssima edição do livro sobre os Açores, Mulher de Porto Pim (2016), com capa dura e em pequeno formato.
Hoje, dia 10 de Abril, a Dom Quixote publica ainda Autobiografias Alheias, um livro que aparenta ser uma auto-reflexão sobre algumas das principas obras do autor e que dá continuidade a alguns dos principais temas tabucchianos. É curiosa a coincidência, uma vez que na Fundação Calouste Gulbenkian, a vida e obra de Antonio Tabucchi estão em destaque, seis anos após a sua morte.
A exposição «Tabucchi e Portugal» está patente de 8 de Abril a 7 de Maio, com dois dias de intenso debate, um filme, um documentário, leituras musicadas e ainda uma exposição iconográfica e documental que compreende manuscritos, documentos, fotografias e outros objetos do acervo familiar do autor, bem como de excertos de entrevistas suas a Maria João Seixas ou Mega Ferreira. Ver artigo
Num período em que se tem falado e defendido bastante a causa do Cuidador Informal, começo a ler este livro publicado pela Alfaguara. Podendo ser incluído nesta nova tendência, quem sabe uma corrente literária, que desafia todos os géneros: autobiografia ficcionada, pois o «eu narrativo deste romance projecta-se através de sete figuras diferentes» (p. 22), conjugada com o ensaio e o documental. É a história de uma mulher que escolhe um trabalho “normal” numa loja de roupa, para poder seguir o sonho de uma carreira na arte, em horário pós-laboral, adormecendo sobre os livros na mesa da cozinha. É também a história dos exploradores que arriscaram chegar aos pólos da Terra, em regiões geladas e inóspitas. Mas é principalmente a história do seu irmão que vive preso no gelo da não-emoção e que provavelmente nem sequer tem consciência de como lutar para se libertar:
«O meu irmão é um homem preso no gelo. Vê-nos através dele. Ou, mais exactamente, no seu interior há uma fissura onde por vezes há gelo. Ele está e não está.» (p. 34)
Diagnosticado apenas quando tinha 30 anos, passou de borderline a Asperger e depois a autista, mas como o autismo engloba casos muito distintos, passou a chamar-se perturbação do espectro do autismo: «Esta denominação tão vaga parece-me um caminho de regresso à indefinição» (p. 37).
O irmão da narradora/autora tem um corpo, pelo que os outros tomam as decisões por ele, num cuidado constante que é duro para a mãe. Porque quem vive com deficiência intelectual ou física vive também em dependência, o que «pressupõe uma vulnerabilidade por parte de quem a sofre e um trabalho constante por parte de quem rodeia a pessoa afectada: cuidados proporcionados por pessoas cujo trabalho muitas vezes não é reconhecido e, por isso, não é retribuído como devia.» (p. 35) Ver artigo
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