Requiem para o Navegador Solitário, de Luís Cardoso, publicado em 2007 (Publicações Dom Quixote), constitui uma crítica velada ao colonialismo por um autor em situação de diáspora, numa espécie de exílio autoimposto. Ver artigo
Requiem para o Navegador Solitário, de Luís Cardoso, publicado em 2007 (Publicações Dom Quixote), constitui uma crítica velada ao colonialismo por um autor em situação de diáspora, numa espécie de exílio autoimposto. Ver artigo
Não sei explicar porque levei anos até finalmente ler História do Novo Nome, volume 2 da tetralogia napolitana de Elena Ferrante, autora publicada pela Relógio d’Água, com tradução de Margarida Periquito. Comprei os livros assim que a febre Ferrante (há até um documentário com este nome, como devem saber) começou a deflagrar mas emprestei-os a um amigo que os devorou primeiro até que me dignasse a ler o primeiro. Gostei, mas não fiquei agarrado como esperava. Entretanto quase 4 anos depois, em que mudei de país duas vezes, saiu a série (cada temporada tem 8 episódios), vi a primeira temporada, ouço a banda sonora do meu caro Max Richter, li há meses A Vida Mentirosa dos Adultos, e anos depois, com 2 países pelo meio, termino finalmente a leitura deste volume, ao mesmo tempo que fui intercalando com o visionamento da segunda temporada desta série da HBO – cada temporada corresponde a cada um dos livros da tetralogia. Ver artigo
Se com Pétalas ou Ossos, publicado recentemente pela Minotauro, é o quinto romance de João Reis. Pode ler-se na sinopse: «Um jovem autor português instala-se numa residência para escritores em Seul para escrever o seu próximo romance. Em vez disso, deambula pela cidade com a namorada, possivelmente grávida, e entrega-se a todo o tipo de fait divers mais ou menos absurdos, não obstante a pressão dos editores.» Ver artigo
A Rebelião, de Joseph Roth, com tradução do alemão por Paulo Osório de Castro, foi recentemente publicado pela Cavalo de Ferro (em livro físico e em ebook). Ver artigo
Os Seis Segredos da Inteligência: o que a sua educação não conseguiu ensinar-lhe, de Craig Adams, agora publicado pela Temas e Debates, é um livro fundamental para qualquer pensador ou pedagogo. O autor parte da premissa controversa de que, quando se fala dos nossos tempos como a era da pós-verdade, o problema assenta sobretudo numa educação moderna que não nos ensina a pensar por nós próprios. Por conseguinte, a inteligência, ou a falta dela, isto é, a forma como pensamos, é o resultado daquilo que nos foi incutido, e tem como reflexo a aceitação passiva da desinformação, das fake news, dos debates polémicos e vazios nas redes sociais, em que são debitados argumentos tão ocos quanto veementes, das mentiras descaradas de um político nas suas declarações, ou das estatísticas apresentadas de forma tendenciosa (nestes últimos dois casos, o autor apresenta e desmonta exemplos concretos). Ver artigo
Tim Jamieson está prestes a descolar de Tampa para Nova Iorque quando, movido por um inexplicável impulso, decide ceder o seu lugar no avião e parte à boleia até chegar a uma terra obscura onde decide trabalhar como guarda-nocturno. Ver artigo
Os Amores do Senhor Nishino, de Hiromi Kawakami, recentemente publicado pela Casa das Letras, reúne 10 contos, compondo na prática um romance, em torno de um único homem. Originalmente publicado no Japão em 1995, a tradução inglesa intitula-se The Ten Loves of Mr. Nishino. Mas apesar destas histórias de amor centradas na figura de Nishino criarem um retrato refractado, à escritora japonesa Hiromi Kawakami interessa sobretudo dar voz à mulher, melhor dizendo, às dez mulheres que tomam a palavra para traçar os contornos de uma figura masculina, cuja aura melancólica, e uma natureza tão irreverente como inacessível, o tornam irresistível. É somente a partir destas mulheres que conheceremos fragmentos de Nishino ao longo da sua vida, a começar, no primeiro conto, pela sua visita já depois de morto a uma antiga amante que se fazia acompanhar da filha para os seus encontros amorosos, e terminando, no penúltimo conto, com a sua última amante, que se despede dele no funeral ainda com uma corrente de ouro pelo tornozelo com que ele a costumava prender em casa. Na última história que fecha este livro, a protagonista que conheceu Nishino na universidade não sabe se ele ainda está ou não vivo, mas é através das suas memórias que melhor percebemos aquilo que já havíamos vislumbrado: a verdadeira natureza da relação de Nishino com a irmã e a possível causa de ele ser um amante tão irresistível quanto exímio, tão livre quanto dedicado. Ver artigo
Cães Maus Não Dançam é o novo romance de Arturo Pérez-Reverte, autor cuja obra tem sido publicada pela ASA (LeYa), traduzido do castelhano por Cristina Rodriguez e Artur Guerra. Uma narrativa negra e assombrosa, que reflecte sobre a vida pela perspectiva do ser mais leal, o cão. Ver artigo
Se Os Memoráveis encerrava um ciclo, iniciado com a obra de estreia sobre a Revolução de Abril, O Dia dos Prodígios, e fechado com esse trabalho de reconstrução ou resgate da memória da Revolução em Os Memoráveis, então este Estuário pode bem marcar uma nova fase na escrita da autora, como se pode ler na passagem: «Então, alguém teria de escrever esse livro, um livro que fosse, ao mesmo tempo, o último do passado e o primeiro do futuro.» (p. 15) Ver artigo
Da Meia-Noite às Seis, de Patrícia Reis, autora publicada pela Dom Quixote, é um romance claramente inscrito no contexto pandémico que se tem vivido nestes dois anos. Contudo esta não é uma história que se detém na pandemia mas sim no demais que a vida comporta. Uma tessitura narrativa feita de várias vidas um pouco desencontradas, que se encaixam de modo a compor um mosaico que reflecte as nossas próprias vidas nestes tempos. Ver artigo