Juliet Marillier, publicada em Portugal pela Planeta Editora, é uma autora best-seller, estatuto que mantém desde o seu primeiro romance, A Filha da Floresta.
A Harpa dos Reis é o primeiro livro da nova série Bardos Guerreiros.
Mundialmente conhecida na área da fantasia histórica celta, a autora nasceu em Dunedin, Nova Zelândia, a cidade mais escocesa fora da Escócia. Os seus livros combinam romance e história, drama e fantasia, folclore e mitologia, no contexto do universo celta. Já venceu 15 prémios literários, como o prestigiado Aurealis Award. Entre diversas trilogias, destacam-se três séries de imenso sucesso: Sevenwaters, Shadowfell e Blackthorn e Grim.
Foi professora de música, responsável por um grupo coral e cantora de ópera. Começou a publicar depois dos 40 anos e nunca mais parou. A autora é membro da ordem druídica OBOD (Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas) e os seus valores espirituais reflectem-se muito na sua ficção – onde a relação das personagens humanas com o mundo natural desempenha um papel importante, assim como o poder da contação de histórias para ensinar e para curar.
Juliet Marillier já visitou Portugal e é fã dos livros de Saramago. Ver artigo
A Harpa dos Reis é o mais recente livro de Juliet Marillier, publicada em Portugal pela Planeta Editora, e inaugura a nova série Bardos Guerreiros. A autora é mundialmente conhecida desde o seu primeiro romance, A Filha da Floresta, publicado em 1999, e todos os seus livros são best-sellers. Por isso, decidimos conversar com a autora, cuja entrevista será publicada na próxima edição do Cultura.Sul, a sair no final desta semana. Ver artigo
Juliet Marillier, autora de culto do fantástico, tem agora a sua primeira obra relançada pela Planeta, numa novíssima edição da obra A Filha da Floresta. Este livro originalmente publicado em 1999 marcou a estreia da autora e o início da trilogia Sevenwaters, que teve ainda, mais tarde, outras obras que se podem enquadrar neste ciclo como A Vidente de Sevenwaters e A Chama de Sevenwaters.
A autora recupera nas suas obras mitos e lendas da tradição céltica, sendo que o cenário das suas obras remonta quase sempre à antiga Irlanda. Desta vez, a autora não se baseia numa história da Escócia ou da Irlanda, mas sim numa história alemã, «Os seis cisnes», recolhida pelos irmãos Grimm.
Sorcha é a sétima filha de um sétimo filho, o Lorde Colum. Todos os outros seis irmãos são rapazes. Lady Oonagh consegue seduzir Lorde Colum com a sua beleza mas não ilude completamente os seus sete filhos. Frustrada e furiosa por ver que os seus planos podem fracassar, acaba por enfeitiçar os irmãos de Sorcha, transformando-os. Cabe a Sorcha desfazer a maldição, enfrentando temíveis provas com determinação e amor, para que os seus seis irmãos possam recuperar a forma humana e sobreviver à maldição.
Conforme ao espírito dos contos populares, existe uma madrasta malvada, uma transformação, e uma maldição a ser resolvida com a ajuda de intervenientes mágicos, pois Sorcha conta com a ajuda das Criaturas Encantadas do Outro Mundo, que a tomam sob a sua protecção, pois Sevewaters é um espaço mágico no coração da Bretanha:
«A nossa casa tinha o nome dos sete riachos que desciam dos montes para o grande lago cercado de árvores. Era um lugar remoto, calmo, estranho, bem vigiado por homens silenciosos que deslizavam pelos bosques vestidos de cinzento e que mantinham as armas bem afiadas.» (p. 18)
Neste recanto isolado, no centro da floresta, num anel formado pelos montes, os habitantes de Sevenwaters estão a salvo de salteadores, reis, assaltantes, dos nórdicos ou dos pictos. Mas não estarão completamente a salvo da magia de Lady Oonagh. Ver artigo
Miguel Real, nascido em Lisboa em 1953, formado em Filosofia, disciplina que ensinou até recentemente se ter reformado, especialista em cultura portuguesa, investigador do CLEPUL, ficcionista, tem-se imposto como um dos mais produtivos pensadores da actualidade, com estudos sobre diversos temas e figuras da nossa cultura, além de se ter ainda destacado na crítica literária, por exemplo no Jornal de Letras.
Na sequência de Introdução à Cultura Portuguesa, onde o autor estabelecia uma teoria que divide a História de Portugal em quatro correntes de pensamento, a Planeta publicou Traços fundamentais da cultura portuguesa.
Escreve José Eduardo Franco que «o escritor Miguel Real pode ser considerado uma síntese invulgar, na nossa época apelidada de pós-moderna, de várias correntes de análise e de crítica». Escolástico, renascentista, positivista, iluminista e pós-moderno, na medida em que tem o cuidado de não impor o seu pensamento nem «absolutizar nenhuma destas propostas de método de conhecimento», chamando o leitor para o texto, ao colocar-lhe questões que lhe permitam problematizar a informação recebida. São constantes as citações e referências a obras de outros pensadores e inclusivamente a artigos de imprensa.
O autor procura distinguir claramente História e Cultura, de modo a procurar constantes históricas que deram origem ao que ele define como quatro constantes culturais: a origem exemplar de Portugal, a nação superior, a nação inferior e o canibalismo cultural.
A obra divide-se em duas partes, sendo a primeira parte mais teórica, onde o autor começa por problematizar a questão de se poder falar em identidade nacional ou dessa essência identitária que definiria o homem português, e uma segunda parte, «Práticas histórias: constantes culturais», onde se enumeram e explanam os traços fundamentais da cultura portuguesa geralmente referidos – sebastianismo, saudade, cultura de fronteira (o desejo do Outro), lusofonia – para depois se debruçar sobre algumas figuras históricas que, segundo o autor, personificam essas constantes culturais: Viriato, Padre António Vieira, Marquês de Pombal, e os canibais culturais (Tribunal do Santo Ofício, Pina Manique, jacobinos, Estado Novo).
O autor faz ainda uma céptica (por vezes bastante descontente) mas lúcida análise de Portugal hoje, cumpridas algumas etapas fundamentais do processo de modernização do país, assente em quatro visões políticas ou Mitos, e salienta que estamos num intervalo civilizacional entre o passado e o futuro, deixando no ar a questão: «Continuaremos a possuir uma identidade ou diluir-nos-emos numa Europa sem identidade?». Ver artigo
Juliet Marillier é uma autora de culto do fantástico, com fãs por todo o mundo. O Covil dos Lobos é o seu mais recente romance, publicado na primeira semana de Julho pela Planeta, e fecha a trilogia Blackthorn & Grim. Ler esta autora é sempre como ouvir uma história da tradição céltica segundo a fórmula de enigma por resolver e maldição a quebrar, e na intriga deste livro em particular a autora, que nasceu em Dunedin, na Nova Zelândia, «cidade com fortes raízes na tradição escocesa», baseou-se numa história tradicional da Escócia.
Saorla, mais conhecida como Mestre Blackthorn, é curandeira e não só encontra mais um enigma e um desafio, quando conhece a jovem Cara que fala com as árvores e chama a si os pássaros, como será confrontada com as feridas do passado. Mantém-se o tom mais negro do que o usual da saga, como convém a uma personagem de temperamento difícil e tempestuoso (note-se o nome de Blackthorn – traduzido como abrunheiro mas que significa algo como espinheiro negro, a árvore que permite enfrentar a adversidade com determinação) que viu marido e filho serem queimados vivos mas tem de manter a promessa que fez a um membro do Povo Encantado de durante sete anos não se ausentar do local onde está confinada, responder a todos os pedidos de ajuda e não procurar vingança.
O fantástico está menos presente mas este fecho da saga não desilude e prende o leitor até ao fim. A escrita é simples mas apurada, com relatos na primeira pessoa partilhados pelas personagens principais que dão conta da acção de forma continuada, em capítulos alternados entre Blackthorn e Grim, até porque a certa altura se separam. Se em A Torre de Espinhos ficámos a saber que Grim é muito mais do que um matulão brutamontes, tendo vivido em tempos como monge, a personagem ganha aqui mais protagonismo. Curiosamente, neste livro encontramos ainda ecos de outras sagas da autora, como os guerreiros de cara tatuada da Ilha ou crianças humanas trocadas com as do Outro Mundo. Ver artigo
Deste livro, publicado pela Planeta Editora, não se pode propriamente dizer que se lê de um fôlego, não só pelas suas 845 páginas, mas porque é preciso pousá-lo por várias vezes para poder dar umas boas gargalhadas. Zafón sempre primou por uma escrita literária – ainda que certos autores tenham lançado outrora o debate se Zafón pode ou não ser considerado literatura – muito cuidada: «na noite em que o meu filho Julián nasceu e o vi pela primeira vez nos braços da mãe entregue a essa calma abençoada daqueles que ainda não sabem a que espécie de lugar chegaram, tive vontade de largar a correr e não parar até que se me acabasse o mundo. Na altura eu era uma criança e a vida ficava-me de certeza demasiado grande» (pág. 15). Cada frase é trabalhada para fazer ressaltar a originalidade e a poesia da sua linguagem, eivada de mistério e de fantasia, mas é sobretudo pelo seu humor que o autor se tem destacado. Os diálogos deste livro – e são muitos, tendo em conta aliás a profusão de personagens – são sempre momentos de puro deleite e genuíno humor, para não falar de todo o cómico de personagem que é Fermín.
Neste quarto volume da sua tetralogia – cuja saga o autor indicia indirectamente poder ser apelidada de O Cemitério dos Livros Esquecidos – regressamos a Barcelona – e esta cidade é muitas vezes a principal personagem, pelo cuidado das descrições mais realistas ou mais fantasiadas –, mas desta vez nos finais dos anos 1950 (para terminar depois em 1992).
A personagem principal desta vez não é Daniel Sempere, o menino de A sombra do vento, nem Fermín, mas sim Alicia Gris. Alicia é, sem exagero, uma das personagens mais crípticas que o autor nos dá a conhecer, pois muitas vezes o leitor só pode traçar um retrato a partir do medo que ela inspira nos que a conhecem. Muito raramente entramos na sua alma ou sabemos o que se sente sob a sua pele: uma solidão imensa que acompanha esta criança que ficou órfã durante a guerra civil. Alicia será, aliás, salva por Fermín, num daqueles acasos do destino literário, quando este a encontra com sete ou oito anos, sempre agarrada ao seu livro de Alice no País das Maravilhas. Não será por acaso que Alicia, cujo nome lembra o de Alice, vai depois cair com a explosão de uma outra bomba por uma cúpula de cristal e aterrar no centro do Cemitério dos Livros Esquecidos, à semelhança de Alice ao cair pelo buraco até aterrar no País das Maravilhas. Fermín parece também servir aqui de coelho branco ou guia para esse outro mundo, como as suas palavras já anunciavam: «Tudo o que seja cair por buracos e tropeçar com chanfrados e problemas matemáticos encaro-o a título autobiográfico» (pág. 54). Alicia – mais uma vez a lembrar a mente inquisitiva de Alice e os enigmas com que se vai deparando no País das Maravilhas – será depois uma investigadora, uma das melhores, pronta a «descer aos infernos em busca de problemas»: «Alicia Gris vê o que os outros não vêem. O seu cérebro funciona de uma maneira diferente do das outras pessoas. Onde todos vêem uma porta fechada, ela vê uma chave. Onde os outros perdem a pista, ela encontra o rasto. É um dom» (pág. 102). Alicia ficou ainda exteriormente marcada pela guerra a que sobreviveu, com um ferimento na anca direita, que lhe dá dores atrozes e a obriga a usar um arnês, o que lhe dava «um ar de boneca perversa, de marioneta de obscura beleza» e lembra um vampiro, uma «criatura das trevas», de «olhar gelado e penetrante», de riso frio, «indestrutível e dura como um diamante», «criatura de luz e sombra, como esta cidade», para quem «a solidão pode ser a melhor companhia»…
O autor junta neste livro todas as personagens e todas as obras anteriores, com o intuito de fechar todas as pontas soltas e desvendar todos os enigmas, pelo que só na segunda metade do livro iremos acabar por voltar a entrar na livraria e na família Sempere. Como muitas vezes se pode ler, não há propriamente um início para toda esta história, mas sim várias portas de entrada, tal como uma cidade, até porque afinal estamos a falar de um labirinto, um novelo de histórias passadas numa cidade labiríntica, onde se esconde um labirinto de livros. As referências literárias a obras e autores também abundam, como pistas para encontrar o caminho por entre o labirinto. Contudo mais do que labirinto, é muitas vezes a ideia de Inferno que persevera no livro, em diversas referências, inclusive a famosa citação de Dante, sendo a própria cidade comparada a esse Inferno pois aquela «Barcelona dos anos de 1930 (…) era, no julgamento dos entendidos, o que mais se lhe assemelhava.» (pág. 508). Recordemos que esta cidade sobrevive a uma guerra civil para depois passar ao jugo da ditadura franquista e é nesse clima de terror que podem vingar horrores como o que a nossa protagonista vai acabar por desvendar, auxiliada por Vargas. Desta forma, este romance partilha ainda do género policial e com um caso que é, de facto, bastante surpreendente e bem conseguido.
Parece, no entanto, restar uma última ponta solta, a do destino de Alicia que a certa altura do livro acaba por nos deixar, se bem que a resposta pode estar contida, como sempre, na própria história: «O que gostaria de fazer é viajar e ver mundo. Encontrar o meu lugar. Se é que existe.»
No final, e mais uma vez revelando a mestria de Zafón, é revelada uma surpresa, ao desvendar-se por fim o enigma mais premente de todos, quem é afinal o verdadeiro autor deste livro e de todos os outros?
«Tinha calculado que aquele magnum opus produto da minha febril imaginação juvenil atingiria dimensões diabólicas e uma massa corpórea a rondar os quinze quilos. Tal como a sonhava, a narrativa seria dividida em quatro volumes interligados que funcionariam a modo de portas de entrada para um labirinto de histórias. À medida que o leitor se internasse nas suas páginas sentiria que o relato se encaixava como um cojnunto de bonecas russas em que cada trama e cada personagem conduzia a outra e esta, por sua vez, a outra, e assim sucessivamente.» (pág. 808).
E podemos confirmar que, terminada esta magna leitura, fica o desejo de regressar a todos os outros livros, para regressar ao labirinto a partir de novas entradas. Ver artigo
Partilhamos o texto de apresentação enquanto não recenseamos a obra:
O Que Faria Eu se Estivesse no Meu Lugar? – 10 Conversas de vida com António Lobo Antunes, de Celso Filipe, publicado pela Planeta, é «Uma visão intimista de um dos maiores escritores da actualidade: o que pensa hoje António Lobo Antunes sobre o amor, a amizade, a infância e a família, o ofício de escritor, a fama, os prémios, a posteridade. À bolina e sem fronteiras pelo pensamento de um dos maiores escritores contemporâneos – a escrita e a posteridade vistas do lugar de uma amizade conversável. Para memória futura. «Este não é um livro do António Lobo Antunes nem um livro sobre o António Lobo Antunes. É uma mistura de ambos, construído a partir de 10 conversas que tiveram lugar entre Abril e Agosto de 2016. Quando o escritor me desafiou a fazermos um livro juntos, a tentação subsequente foi a de estabelecer um plano, cada conversa com um tempo, por exemplo, a linguagem, a família, o amor, os amigos.» Ver artigo
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