Buda – A sua vida e os seus ensinamentos, de Osho, publicado pela Pergaminho em junho deste ano, não pretende ser uma biografia. Até porque a vida do príncipe Sidarta Gautama, alguém que terá percorrido a terra há vinte e cinco séculos, para alcançar a iluminação e desaparecer sob uma árvore, permanece encoberta pela bruma do mito e da lenda – sendo mesmo possível que nunca tenha existido. O certo é que serve de ópio ou esperança para o povo alimentar o sonho de um dia também atingir o nirvana. Ver artigo
Plenitude, de Sri Prem Baba, é o quarto livro deste autor publicado pela Pergaminho, numa edição bastante bonita, onde não falta cor. Ver artigo
Karma Instantâneo, de David Michie, publicado pela Pergaminho, faz parte de uma nova tendência de romancear livros que versam temas de desenvolvimento pessoal. Ver artigo
Sabedoria Zen para Mentes Ansiosas – Conselhos simples de um monge budista, de Shinsuke Hosokawa, publicado pela Pergaminho, com tradução de Elsa T. S. Vieira, é um pequeno guia interior para ir folheando, lendo, divagando, criando bolsas de calma e silêncio nos nossos quotidianos agitados. Ver artigo
Tarot dos Anjos, de Maria Olinda Ver artigo
Otimismo e Saúde, de Luis Rojas Marcos, é publicado pela Pergaminho, depois de quase dois anos de pandemia. O psiquiatra, e autor de bestsellers, versa neste livro o que a ciência nos ensina sobre os benefícios do pensamento positivo. Note-se que o autor não advoga uma fuga à realidade objetiva, quando a situação se complica, nem sugere panaceias de visualização criativa. Na definição de Otimismo que aqui se apresenta, o objetivo não é “ver o copo meio cheio” mas acreditar que temos as capacidades, e o potencial, para encher o copo até cima. Apoiado em vários estudos, referidos ao longo do texto, o autor demonstra de forma metódica como o otimismo pode ser uma vacina contra o desespero e procura comprovar o poder reparador do pensamento regenerador. Ver artigo
A Pergaminho, chancela da Bertrand Editora, publica geralmente livros de espiritualidade ou desenvolvimento pessoal. A Nação das Plantas, de Stefano Mancuso, bem como o anterior A Revolução das Plantas, é um livro que foge a essa regra, mas nem por isso menos premente e pertinente, ainda mais numa era em que o homem compreende como é, de facto, pequeno face ao poder imprevisível da Natureza. O autor pretendeu redigir com este fascinante e original tratado uma constituição escrita pelas plantas e para as plantas onde define os seus 8 pilares principais de sabedoria.
Demonstrando que o homem não é de todo o dono da terra mas sim um inquilino desagradável e ingrato, o autor explana como o nosso planeta, que na verdade deveria chamar-se Gaia, como ser vivo e inteligente que é. O homem, apesar dos seus 7,5 mil milhões de espécimes, representa somente um décimo de milésimo da biomassa total do planeta, enquanto que as 450 gigatoneladas de plantas correspondem a 80 % em contraposição com o 0,01 % da humanidade. As relações ecológicas são ligações infindas e complexas e qualquer quebra nessa rede de comunidades, como as extinções provocadas pelo homem, pode trazer consequências nefastas. Além disso, as plantas são seres vivos profundamente inteligentes que «veem, ouvem, respiram e raciocinam com todo o corpo» (p. 54), da mesma forma que a sua comunidade funciona num modelo organizacional difuso, como um sistema radicular, em que o poder nunca se concentra num só ser. Por isso mesmo, apesar de não poderem deslocar-se como os animais, ou migrar como os homens (ou será que afinal até se movem?), as plantas conseguem adaptar-se às alterações do terreno e do ambiente em que se inserem: «Em condições de escassez de nutrientes ou de água, conseguem transformar de forma substancial a sua própria anatomia, adaptando-a ao meio alterado.» (p. 108)
Assumindo-se como uma Cassandra – a profetisa da desgraça que, afinal, tinha razão –, Mancuso explana, de forma acessível, diversos dados científicos relevantes que alertam para a nossa pequenez face a uma comunidade inteligente como a das plantas, proporcionando, inclusive, comparações extremamente acutilantes entre a vida das plantas e a dos homens, como, por exemplo, a forma como o mundo vegetal só se desenvolve em função dos recursos que tem disponíveis, enquanto o homem continua a dilapidar a Terra dos seus recursos. A nação das plantas, capaz de criar as mais surpreendentes formas de cooperação, desenvolveu em poucos milhões de anos florestas arbóreas que permitiram alterar o ambiente terrestre de modo a proporcionar o surgimento de vida animal, removendo quantidades astronómicas de dióxido de carbono, usando esse mesmo carbono para criar substâncias orgânicas e fixando essa enorme quantidade de carbono desnecessário nas profundidades da Terra, transformado em carvão e petróleo… «E ali teria ficado para sempre, intocada e inócua, se nós, tal como no mais assustador dos filmes de terror, não tivéssemos ido perturbar o sono deste monstro.» (p. 91)
Stefano Mancuso é uma das autoridades de maior renome na área da Neurobiologia Vegetal. Professor associado na Universidade de Florença, dirige o Laboratório Internacional de Neurobiologia Vegetal e é membro fundador da International Society for Plant Signaling and Behavior. Autor de vários bestsellers internacionais de divulgação científica e de centenas de artigos académicos. A revista New Yorker considerou-o um dos «world changers» da década e o La Repubblica assinalou-o como um dos 20 italianos destinados a transformar as nossas vidas.
Demonstrando que o homem não é de todo o dono da terra mas sim um inquilino desagradável e ingrato, o autor explana como o nosso planeta, que na verdade deveria chamar-se Gaia, como ser vivo e inteligente que é. O homem, apesar dos seus 7,5 mil milhões de espécimes, representa somente um décimo de milésimo da biomassa total do planeta, enquanto que as 450 gigatoneladas de plantas correspondem a 80 % em contraposição com o 0,01 % da humanidade. As relações ecológicas são ligações infindas e complexas e qualquer quebra nessa rede de comunidades, como as extinções provocadas pelo homem, pode trazer consequências nefastas. Além disso, as plantas são seres vivos profundamente inteligentes que «veem, ouvem, respiram e raciocinam com todo o corpo» (p. 54), da mesma forma que a sua comunidade funciona num modelo organizacional difuso, como um sistema radicular, em que o poder nunca se concentra num só ser. Por isso mesmo, apesar de não poderem deslocar-se como os animais, ou migrar como os homens (ou será que afinal até se movem?), as plantas conseguem adaptar-se às alterações do terreno e do ambiente em que se inserem: «Em condições de escassez de nutrientes ou de água, conseguem transformar de forma substancial a sua própria anatomia, adaptando-a ao meio alterado.» (p. 108)
Assumindo-se como uma Cassandra – a profetisa da desgraça que, afinal, tinha razão –, Mancuso explana, de forma acessível, diversos dados científicos relevantes que alertam para a nossa pequenez face a uma comunidade inteligente como a das plantas, proporcionando, inclusive, comparações extremamente acutilantes entre a vida das plantas e a dos homens, como, por exemplo, a forma como o mundo vegetal só se desenvolve em função dos recursos que tem disponíveis, enquanto o homem continua a dilapidar a Terra dos seus recursos. A nação das plantas, capaz de criar as mais surpreendentes formas de cooperação, desenvolveu em poucos milhões de anos florestas arbóreas que permitiram alterar o ambiente terrestre de modo a proporcionar o surgimento de vida animal, removendo quantidades astronómicas de dióxido de carbono, usando esse mesmo carbono para criar substâncias orgânicas e fixando essa enorme quantidade de carbono desnecessário nas profundidades da Terra, transformado em carvão e petróleo… «E ali teria ficado para sempre, intocada e inócua, se nós, tal como no mais assustador dos filmes de terror, não tivéssemos ido perturbar o sono deste monstro.» (p. 91)
Stefano Mancuso é uma das autoridades de maior renome na área da Neurobiologia Vegetal. Professor associado na Universidade de Florença, dirige o Laboratório Internacional de Neurobiologia Vegetal e é membro fundador da International Society for Plant Signaling and Behavior. Autor de vários bestsellers internacionais de divulgação científica e de centenas de artigos académicos. A revista New Yorker considerou-o um dos «world changers» da década e o La Repubblica assinalou-o como um dos 20 italianos destinados a transformar as nossas vidas.
Dizer «Eu amo-te» é talvez das palavras ou fórmulas mais antigas na história da humanidade. Muito provavelmente já se veiculava estas palavras por gestos ou por actos ainda antes de o homem dominar a linguagem verbal. Muito certamente são das palavras mais usadas em todo o mundo e, como tudo o que é proferido, transportam consigo uma energia. E todos os dias ouvimos pessoas que sofrem por falta de amor… Até aqui nada de novo. O que é aqui avançado por Sri Prem Baba neste magnífico pequeno livro da Pergaminho, é que o nosso relacionamento com o outro, nomeadamente o relacionamento afectivo e sexual, é o mais poderoso catalisador e ativador da verdade, da mesma forma que é através do acto de amar que o ser humano (enquanto ser espiritual que vive uma experiência terrena, numa existência mundana) atinge a transformação.
Sri Prem Baba desenvolve, ao longo de 4 capítulos, como é que o eu, apesar da sua individualidade, espontaneidade, liberdade, e responsabilidade, nasce no seio de uma família, para depois se conhecer através do seu reflexo no outro, até conseguir chegar a uma união num nós. existe a crença, que não é nova, de que ao preparar-se para nascer a alma escolhe a família, de modo a purificar o seu karma, e é esse processo de purificação, de encontro com a verdade, que permite alinharmo-nos com o nosso dharma, o propósito da nossa alma – a missão que assumimos, por assim dizer. É verdade que existem actualmente milhares de livros que versam a temática amorosa na área do desenvolvimento pessoal, mas para um leitor atento ou mais apaixonado é fácil constatar de imediato que o autor aqui não se limita a mastigar lugares-comuns ou banalidades. Diz-se usualmente que a vida é uma escola: em Amar e ser livre demonstra-se que os relacionamentos amorosos são a nossa universidade. Em traços gerais, as principais ideias do autor defendidas neste livro são que o sexo não pode ser um aspecto da nossa existência a suprimir ou a reprimir, até porque é através da sexualidade, especialmente das nossas fantasias mais recônditas, que é possível descobrir o que escondemos até de nós próprios e que pode fazer luz sobre os nossos medos e anseios, pois revelam «aspectos da consciência que ainda não foram devidamente integrados» (p. 52). Ouço muito recorrentemente as pessoas lamuriarem-se que estão sozinhas (por vezes há algumas semanas), quando outras pessoas (sim, é o meu caso) estão sozinhas há mais de 10 anos. Afirma o autor que, no geral, as pessoas entram nos relacionamentos como trajectos de fuga, «porque o contacto com a solidão significa a morte da nossa falsa identidade» (p. 75). E é através do relacionamento amoroso com outrem que se atinge a verdade interior, um conhecimento íntimo do nosso eu, pois é o outro que faz luz sobre as nossas sombras: «É preciso ter coragem para abandonar as defesas e permitir-se chegar perto do centro. É necessária ainda mais coragem para deixar o outro tocar no nosso centro, para se revelar. (…) sem revelação, não há intimidade. Sem intimidade, não há aprofundamento do amor.» (p. 108). Mas amar, amar verdadeiramente, implica libertar o outro, darmo-nos desinteressadamente, «quando conseguimos perdoar e agradecer e ver Deus em todos» (p. 63). É então que se alcança a purificação e o eu se completa.
Sri Prem Baba nasceu no Brasil, em São Paulo, e estudou Psicologia e Ioga. Tornou-se discípulo do mestre Sri Sachcha Baba Maharajji e fundou o movimento global Awaken Love. Vive entre o Brasil e a Índia onde ministra cursos e oferece palestras e retiros, como os de Satsang (que significa «encontro com a verdade»).
Sri Prem Baba desenvolve, ao longo de 4 capítulos, como é que o eu, apesar da sua individualidade, espontaneidade, liberdade, e responsabilidade, nasce no seio de uma família, para depois se conhecer através do seu reflexo no outro, até conseguir chegar a uma união num nós. existe a crença, que não é nova, de que ao preparar-se para nascer a alma escolhe a família, de modo a purificar o seu karma, e é esse processo de purificação, de encontro com a verdade, que permite alinharmo-nos com o nosso dharma, o propósito da nossa alma – a missão que assumimos, por assim dizer. É verdade que existem actualmente milhares de livros que versam a temática amorosa na área do desenvolvimento pessoal, mas para um leitor atento ou mais apaixonado é fácil constatar de imediato que o autor aqui não se limita a mastigar lugares-comuns ou banalidades. Diz-se usualmente que a vida é uma escola: em Amar e ser livre demonstra-se que os relacionamentos amorosos são a nossa universidade. Em traços gerais, as principais ideias do autor defendidas neste livro são que o sexo não pode ser um aspecto da nossa existência a suprimir ou a reprimir, até porque é através da sexualidade, especialmente das nossas fantasias mais recônditas, que é possível descobrir o que escondemos até de nós próprios e que pode fazer luz sobre os nossos medos e anseios, pois revelam «aspectos da consciência que ainda não foram devidamente integrados» (p. 52). Ouço muito recorrentemente as pessoas lamuriarem-se que estão sozinhas (por vezes há algumas semanas), quando outras pessoas (sim, é o meu caso) estão sozinhas há mais de 10 anos. Afirma o autor que, no geral, as pessoas entram nos relacionamentos como trajectos de fuga, «porque o contacto com a solidão significa a morte da nossa falsa identidade» (p. 75). E é através do relacionamento amoroso com outrem que se atinge a verdade interior, um conhecimento íntimo do nosso eu, pois é o outro que faz luz sobre as nossas sombras: «É preciso ter coragem para abandonar as defesas e permitir-se chegar perto do centro. É necessária ainda mais coragem para deixar o outro tocar no nosso centro, para se revelar. (…) sem revelação, não há intimidade. Sem intimidade, não há aprofundamento do amor.» (p. 108). Mas amar, amar verdadeiramente, implica libertar o outro, darmo-nos desinteressadamente, «quando conseguimos perdoar e agradecer e ver Deus em todos» (p. 63). É então que se alcança a purificação e o eu se completa.
Sri Prem Baba nasceu no Brasil, em São Paulo, e estudou Psicologia e Ioga. Tornou-se discípulo do mestre Sri Sachcha Baba Maharajji e fundou o movimento global Awaken Love. Vive entre o Brasil e a Índia onde ministra cursos e oferece palestras e retiros, como os de Satsang (que significa «encontro com a verdade»).
Giacomo Navone e Massimo De Donno são formadores ou, melhor dizendo, treinadores de fitness mental e autores de diversos livros nesta área do desenvolvimento pessoal com dezenas de milhares de exemplares vendidos e publicados em várias línguas.
Este livro da Pergaminho é um guia prático relevante e daí a nossa sugestão numa era em que somos bombardeados com cada vez mais informação, quando muitas vezes não conseguimos sequer corresponder a tudo o que se encontra disponível (desde que a internet também revolucionou a acessibilidade ao conhecimento), enquanto que o método de ensino aplicado a quase todas as crianças continua a ser o velho e fastidioso modelo de «ler e repetir». As técnicas sugeridas neste livro visam justamente transformar «a aprendizagem numa actividade muito mais rápida e menos maçadora».
Este guia prático e de leitura acessível, mesmo quando versa áreas mais delicadas como o modo de funcionamento do nosso cérebro, apresenta técnicas para treinar a sua memória, aumentar a sua velocidade de leitura, trabalhar a sua concentração e motivação face à tarefa que tem em mãos, e elaborar mapas mentais, que lhe permitam tirar notas, sintetizar, esquematizar, memorizar, e até desenvolver o seu potencial criativo bem como a sua capacidade de tomar decisões em momentos cruciais.
Sempre com uma breve introdução teórica, o objectivo dos diversos exercícios apresentados neste livro, e que pode ir aplicando ao longo dos 21 dias sugeridos no título, é sempre optimizar todo o potencial da sua mente, ao potenciar a sua memória, a sua aprendizagem e a sua concentração (e quantas vezes não somos interrompidos sistematicamente pelas interferências tecnológicas dos dias de hoje), bem como gerir o seu tempo e organizar tarefas.
Este livro da Pergaminho é um guia prático relevante e daí a nossa sugestão numa era em que somos bombardeados com cada vez mais informação, quando muitas vezes não conseguimos sequer corresponder a tudo o que se encontra disponível (desde que a internet também revolucionou a acessibilidade ao conhecimento), enquanto que o método de ensino aplicado a quase todas as crianças continua a ser o velho e fastidioso modelo de «ler e repetir». As técnicas sugeridas neste livro visam justamente transformar «a aprendizagem numa actividade muito mais rápida e menos maçadora».
Este guia prático e de leitura acessível, mesmo quando versa áreas mais delicadas como o modo de funcionamento do nosso cérebro, apresenta técnicas para treinar a sua memória, aumentar a sua velocidade de leitura, trabalhar a sua concentração e motivação face à tarefa que tem em mãos, e elaborar mapas mentais, que lhe permitam tirar notas, sintetizar, esquematizar, memorizar, e até desenvolver o seu potencial criativo bem como a sua capacidade de tomar decisões em momentos cruciais.
Sempre com uma breve introdução teórica, o objectivo dos diversos exercícios apresentados neste livro, e que pode ir aplicando ao longo dos 21 dias sugeridos no título, é sempre optimizar todo o potencial da sua mente, ao potenciar a sua memória, a sua aprendizagem e a sua concentração (e quantas vezes não somos interrompidos sistematicamente pelas interferências tecnológicas dos dias de hoje), bem como gerir o seu tempo e organizar tarefas.
«Augusto Cury, com mais de 30 milhões de livros vendidos em todo o mundo, marca presença na Feira do Livro de Lisboa hoje, dia 4 de junho, às 15:30. Esta será a estreia no maior evento cultural do país deste reconhecido psiquiatra, psicoterapeuta e cientista, na qual os seus leitores o poderão conhecer na sessão de autógrafos, que decorrerá no primeiro domingo da Feira.
O seu mais recente livro chegou às livrarias portuguesas em abril (publicado pela Pergaminho). O Homem Mais Inteligente da História, uma obra de ficção, conta a jornada épica de Marco Polo, um cientista ateu, que é desafiado a estudar a inteligência do homem mais fascinante da história – Jesus – à luz das ciências humanas. Este livro é o resultado de um processo de escrita de 15 anos e de 20 anos de pesquisas e estudos por parte do autor, que quando iniciou este trabalho era ateu.»
O seu mais recente livro chegou às livrarias portuguesas em abril (publicado pela Pergaminho). O Homem Mais Inteligente da História, uma obra de ficção, conta a jornada épica de Marco Polo, um cientista ateu, que é desafiado a estudar a inteligência do homem mais fascinante da história – Jesus – à luz das ciências humanas. Este livro é o resultado de um processo de escrita de 15 anos e de 20 anos de pesquisas e estudos por parte do autor, que quando iniciou este trabalho era ateu.»
O blogue Palavras Sublinhadas teve a oportunidade de colocar algumas perguntas a este carismático autor:
O nome Marco Polo lembra-nos desde logo o descobridor e, além disso, muitas vezes sente-se que a personagem deste cientista «insaciável e exigente» é um pouco autobiográfica ou que há alguma coisa sua em Marco Polo.
E é mesmo. Este livro é um romance psiquiátrico mas também é um romance que é uma autobiografia, digamos assim. Conta muito da minha história porque eu fui dos maiores ateus que pisou nesta terra e eu na pele de Marco Polo me envolvi numa jornada épica para desvendar sobre a luz a da ciência a mente de Jesus. É uma jornada que infelizmente as religiões não fizeram até hoje e as universidades também não. É quase inacreditável. A personagem mais famosa da História não foi pesquisada pela ciência, se ele tinha uma mente saudável ou não, se a sua personalidade era criativa, inteligente, instigante, provocante, ou uma personalidade apequenada, incoerente, e fragmentada. Se ele formou pensadores ou repetidores de informação. Mas para minha surpresa quando comecei a pesquisar informação sobre a mente de Jesus eu comecei a perceber que ele é uma personagem com uma saúde emocional sem precedente. Ele era superdotado emocionalmente. Ou seja, ele é capaz de fazer de uma flor um espectáculo aos seus olhos quando todo o mundo queria mais um brilhante discurso, era capaz de transformar uma prostituta numa rainha. Quem é que consegue olhar para alguém que está na margem da sociedade e dar uma atenção superespecial e digamos que era superdotado emocionalmente e socialmente, capaz de transformar um leproso, que cheirava mal, num dos seus grandes amigos. E foi capaz de escolher uma estirpe de jovens que lhes dava dor de cabeça constantemente mas ele investiu tudo o que tinha neles. As grandes universidades europeias e também americanas seleccionam os alunos que são as melhores notas, os melhores currículos. Ele pegou os piores currículos. Pedro era hiperactivo, tenso, ansioso, se fosse um aluno hoje qualquer professor quereria vê-lo a quilómetros de distância da sua sala de aula. João tinha uma personalidade bipolar, não uma depressão bipolar: ele, por um lado, era afectivo e sensível e, por outro, queria eliminar quem andava com o seu mestre. Mateus tinha fama de corrupto, Tomé era paranóico e inseguro, e Judas Iscariote era o melhor deles, gozado, sereno, com vocação social, só que não era transparente, não tinha contacto com os seus fantasmas mentais. Se houvesse uma equipa de psicólogos auxiliando Jesus provavelmente nenhum deles seria escolhido. Mas na sua universidade de gestão da emoção ele escolheu as pessoas as pessoas de pior currículo para ensinar-nos a navegar nas águas da emoção, a pensar como humanidade e não como grupo social, a dar o melhor de si para que a espécie humana fosse mais feliz e generosa. Ele lhes ensinou a proteger a sua mente, ou seja, a doar-se a eliminar a contrapartida do retorno, a entender que por trás de uma pessoa que fere há uma pessoa ferida, a não ser um agiota da emoção, a não cobrar demais nem de si nem dos outros e a aprender a entender que a vingança alivia um minuto enquanto o perdão inteligente alivia uma vida.
Quanto ao nome Marco Polo eu me inspirei no explorador veneziano que aprendeu a olhar o mundo como se fosse o seu quintal. E Marco Polo nesse livro, de uma maneira muito corajosa, vai analisar a mente de Jesus questionando, criticando, reflectindo e analisando criticamente. Ele é um explorador da psiquiatria e da psicologia.
Tal como a personagem do livro houve também no seu caso uma crise de fé?
Uma crise de fé não. Eu me tornei um cristão sem fronteiras. Não defendo uma religião. A partir da análise eu me rendi à sua inteligência, percebi que ele não cabe no imaginário humano. Este livro faz ainda uma crítica às ciências por não terem estudado até hoje a mente de Jesus e não ter incorporado as suas ferramentas de gestão da emoção para ter uma mente sustentável, serena, inteligente e criativa, e também uma crítica às religiões que até hoje não tiveram a ousadia de estudar a inteligência que Jesus teve para formar pensadores e não repetidores da informação. Com o stress, depressão e angústia muito altos na sociedade, inclusive também entre cristãos, católicos, protestantes e de outras religiões, é mais do que necessário utilizarmos técnicas de prevenção de transtornos emocionais. E algumas das técnicas que Jesus usa são poderosissímas, por exemplo, ele falou: “Felizes são os que se esvaziam de si mesmos porque deles é o reino da sabedoria”. E as pessoas não se esvaziam das suas mágoas, autopunição, autocobrança, nem das suas falsas realidades e falsas crenças. “Felizes são os pacificadores” e é quase inacreditável que as pessoas não pacificam os fantasmas da sua mente nem dos seus filhos. Raramente os pais perguntam: Filho, que pesadelos você teve e eu não soube? Que perdas você sofreu e que lágrimas você chorou? Como é que vai pacificar a mente se o diálogo é pobre, se os pais conversam muito com os filhos quando eles são bebés e não conseguem falar, mas deixam de dialogar quando eles aprendem a falar. Essas ferramentas que Jesus ensinou são poderosas para a prevenção de transtornos emocionais mas infelizmente todas as ciências humanas, como a psicologia ou a psiquiatria, erraram, por não terem estudado Jesus isento da religião, como personagem histórica.
Diz-se um cristão sem limites. Presumimos que leu muita coisa para além da Bíblia sobre a figura de Jesus?
Li muitas coisas. As referências bibliográficas são grandes. Filosofia em destaque, o pensamento de grandes pensadores. Analisei em várias versões o livro de Lucas, do Dr. Lucas. Não trato do seguidor Lucas ou do S. Lucas. Eu queria ver se esse Lucas médico como eu era coerente ou não, se a sua biografia tinha pontos frágeis e se a personagem que ele descreve tinha características doentias ou notáveis. Fiquei atónito, assombrado, porque ele realmente tinha uma saúde emocional invejável e contribuía para que as pessoas em seu redor também tivessem saúde mental.
No livro não envereda pela questão dos milagres pois apenas lhe interessa o que pode ser visto à luz da ciência, mas quando se entra na questão da formação e do treino da mente acredita que podemos não só gerir a nossa emoção e inteligência mas também dobrar a realidade e fazer as coisas acontecerem como desejamos?
Existem algumas ferramentas importantíssimas e que a educação mundial deveria ensinar e não ensinou porque é cartesiana, racionalista. Nos ensina milhões de dados sobre o mundo em que estamos mas quase nada sobre o mundo que somos, nos ensina a dirigir aeronaves mas não a aeronave mental, a dirigir empresas mas não a dirigir a nossa própria mente. Por isso é que a educação cartesiana está falida no mundo todo, está gerando pessoas doentes para uma sociedade doente. Nós temos que mudar a educação, da era da informação para a era do eu como gestor da mente humana, da era do apontamento de falhas para a era da celebração dos acertos. Quais são as ferramentas que nós preconizamos para que o eu aprenda a gerir a emoção?
Número 1: aprender a pensar antes de reagir;
Número 2: aprender a trabalhar perdas e frustrações;
Número 3: aprender a se colocar no lugar do outro;
Número 4: aprender a proteger a emoção;
Número 5: entender que por trás de uma pessoa que fere há uma pessoa ferida;
Número 6: aprender a doar-se diminuíndo a expectativa do retorno;
Número 7: aprender a não ser um agiota da emoção, não cobrando demais dos outros nem de si mesmo;
Número 8: aprender que o perdão alivia uma vida, a vingança alivia um minuto;
Número 9: aprender a resiliência, ou seja, trabalhar perdas e frustrações;
Número 10: aprender a técnica do DCD: Duvidar, Criticar e Determinar – todo o dia Duvidar de tudo o que nos controla, Criticar cada ideia perturbadora e Determinar-se mais solto, alegre e relaxado.
Usar estas ferramentas três vezes por dia, por um minuto, por exemplo, traz silêncio mental. Quando nós assim o fazemos nós nos tornamos mais autores da nossa própria história e deixamos de ser servos nessa sociedade altamente stressante.
(Esta lista das dez ferramentas aparece no livro na pág. 66 por outra ordem e mais pormenor.)
Não sei se sabe mas há uma nova tradução da Bíblia a ser feita directamente do grego e onde se percebe que muitas vezes o texto bíblico pela forma como foi traduzido puxa completamente para a religião quando há momentos em que até não é bem assim…
Nossa! Quero até saber, interessante… Por exemplo, o Sermão da Montanha é um tratado de prevenção de questões emocionais e desenvolvimento da felicidade inteligente. Bem-aventurados pode ser traduzido por felizes: felizes os que se esvaziam de si mesmos. Esvaziam da sua arrogância, preconceito, sentimento de incapacidade, baixa autoestima, pensamentos perturbadores, sofrimento por antecipação. Depois a segunda ferramenta: Felizes os calmos e os mansos porque herdaram a Terra. Ninguém pode ser feliz se não aprender a ser calmo e tranquilo. A ansiedade é produtiva, é libertadora da criatividade na fase inicial. Se for intensa é abortiva. Uma mente calma e tranquila, desacelerada, tem muito mais possibilidade de ter uma emoção sustentável e rica, ou seja, uma emoção feliz e autorenovável. Outra ferramenta: Felizes os pacificadores. Pacificar principalmente a nossa mente, os nossos fantasmas mentais, as nossas fobias, a autodestruição, a autopunição, a autocobrança. Como é que vou pacificar a mente dos outros se não pacifico a minha própria mente? Por isso é que eu falo que Jesus foi o homem mais inteligente da História, ele foi um superdotado e infelizmente não foi estudado pelas ciências.
Há mais livros a sair. Já tem algum projecto em mente de quantos são?
O segundo vai ser O Homem mais Feliz da História; o terceiro vai se chamar O Homem mais Resiliente da História. E estou lançando agora também Ciúmes. A nova versão, de acordo com a gestão da emoção, é saudade de mim. Eu cobro do outro a atenção que não dou para mim. E as mulheres precisam aprender a dar mais atenção para si, a ter um caso de amor com a sua saúde emocional, ou seja, elas precisam de aprender a namorar a vida delas antes de namorar o seu parceiro.
Última pergunta. Se fizesse um painel como o do livro na realidade quem escolheria para discutir a vida de Jesus?
O painel que eu trabalho são pessoas que representam o que há de mais notável no catolicismo, no protestantismo e na ciência. Mas não tenho pessoas que chamaria especificamente. Criei no meu imaginário pessoas que sejam críticos, provocadores, que não tenham medo de também ser aventureiros para explorar a mente fascinante de Jesus. Gostaria de chamar António Damásio, por exemplo, e o papa Francisco, uma pessoa que admiro muito. Mas não chamaria vários políticos por aí…
Quero dizer também que no Brasil nós criámos o primeiro Hotel de Gestão da Emoção do mundo para tratamento de dependências de drogas e alcoól. A juventude está enveredando para a cocaína e a heroína e isso é muito grave. Nesse Hotel de Gestão da Emoção as pessoas não ficam internadas, ficam hospedadas e recebem um treinamento diário durante 6 meses para que o seu Eu se torne autor da sua própria história. E tem sido incrível a experiência dos pacientes. Eles dão um salto enorme para dirigir o seu próprio script. Uma em cada duas pessoas vai desenvolver um transtorno psiquiátrico ao longo da vida e isso é muito sério. Imagina, são mais de três biliões de seres humanos. E o Hotel de Gestão da Emoção oferece ferramentas preventivas e de treino da musculatura para que as pessoas deixem de ser vítimas das suas emoções.
Quem quiser conhecer vá ao site que é http://www.hotelgestaodaemocao.com.br/
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