Otimismo e Saúde, de Luis Rojas Marcos, é publicado pela Pergaminho, depois de quase dois anos de pandemia. O psiquiatra, e autor de bestsellers, versa neste livro o que a ciência nos ensina sobre os benefícios do pensamento positivo. Note-se que o autor não advoga uma fuga à realidade objetiva, quando a situação se complica, nem sugere panaceias de visualização criativa. Na definição de Otimismo que aqui se apresenta, o objetivo não é “ver o copo meio cheio” mas acreditar que temos as capacidades, e o potencial, para encher o copo até cima. Apoiado em vários estudos, referidos ao longo do texto, o autor demonstra de forma metódica como o otimismo pode ser uma vacina contra o desespero e procura comprovar o poder reparador do pensamento regenerador.

«A confiança nas nossas capacidades para gerir situações imprevistas ou perigosas é um ingrediente importante para a resiliência. Graças a estas funções executivas podemos regular as emoções e gerir as circunstâncias, incluindo procurar informação clara e fiável que nos ajude a estabelecer prioridades e manter os pés assentes na terra.

Especialmente importante nesses momentos é a esperança que nos anima a confiar nas nossas capacidades e nos dá o alento de que necessitamos para neutralizar o fatalismo e não desistirmos. Como disse, com razão, em tempos remotos um mestre da medicina: podemos viver três dias sem beber água, sete minutos sem ar mas apenas poucos segundos sem esperança.» (p. 20)

Para além de enumerar os ingredientes que distinguem o otimismo do pessimismo e de explorar as forças que moldam o nosso comportamento e a nossa forma de olhar o mundo, o autor oferece estratégias eficazes para fomentar o otimismo ao mesmo tempo que examina a sua estreita ligação e influência nos relacionamentos, no desempenho, no bem-estar psíquico e físico, na saúde, na longevidade: «o otimismo foi ligado a um menor risco de morrer de cancro, doenças cardíacas e respiratórias, acidentes cerebrovasculares e infeções» (p. 57)

Luis Rojas Marcos é médico psiquiatra, sediado em Nova Iorque, onde tem prática clínica e leciona Psiquiatria na New York University. Autor de diversos bestsellers na área da divulgação científica da saúde mental, trabalha com diversas instituições ligadas à promoção da saúde pública.

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Paulo Nóbrega Serra
Written by Paulo Nóbrega Serra
Sou doutorado em Literatura com a tese «O realismo mágico na obra de Lídia Jorge, João de Melo e Hélia Correia», defendida em Junho de 2013. Mestre em Literatura Comparada e Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, autor da obra O Realismo Mágico na Literatura Portuguesa: O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge e O Meu Mundo Não É Deste Reino, de João de Melo, fruto da minha tese de mestrado. Tenho ainda três pequenas biografias publicadas na colecção Chamo-me: Agostinho da Silva, Eugénio de Andrade e D. Dinis. Colaboro com o suplemento Cultura.Sul e com o Postal do Algarve (distribuídos com o Expresso no Algarve e disponíveis online), e tenho publicado vários artigos e capítulos na área dos estudos literários. Trabalhei como professor do ensino público de 2003 a 2013 e ministrei formações. De Agosto de 2014 a Setembro de 2017, fui Docente do Instituto Camões em Gaborone na Universidade do Botsuana e na SADC, sendo o responsável pelo Departamento de Português da Universidade e ministrei cursos livres de língua portuguesa a adultos. Realizei um Mestrado em Ensino do Português e das Línguas Clássicas e uma pós-graduação em Ensino Especial. Vivi entre 2017 e Janeiro de 2020 na cidade da Beira, Moçambique, onde coordenei o Centro Cultural Português, do Camões, dois Centros de Língua Portuguesa, nas Universidades da Beira e de Quelimane. Fui docente na Universidade Pedagógica da Beira, onde leccionava Didáctica do Português a futuros professores. Resido agora em Díli, onde trabalho como Agente de Cooperação e lecciono na UNTL disciplinas como Leitura Orientada e Didáctica da Literatura. Ler é a minha vida e espero continuar a espalhar as chamas desta paixão entre os leitores amigos que por aqui passam.