Enquanto não publico o texto da recensão a sair terça-feira, deixo-vos a sinopse deste fantástico livro recentemente publicado pela Bertrand Editora:

Na Alemanha do séc. XVII, numa aldeia como qualquer outra, em cima de uma corda esticada entre duas árvores, um rapaz esquelético mantém-se em equilíbrio. Treina. Treina perto do moinho, treina junto aos ferreiros; treina à noite na floresta, onde a Fria sussurra e os duendes vagueiam. Quando partir, nunca mais será o mesmo.
Evitará as aldeias que são como quaisquer outras. Nas minas, enfrentará a morte. No campo de batalha, será mais rápido do que as balas de canhão. Nos tribunais, enganará os chefes de Estado. Na sua caminhada enquanto saltimbanco, irá enfrentar uma guerra sem fim que mergulha sob um manto sombrio o Rei do Inverno, a Boémia e os principais exércitos europeus. Entre nobres gordos, caçadores de bruxas e rainhas intrigantes, a dança de Tyll revelará a loucura dos reis e a sabedoria dos tolos numa história sobre a devastação da guerra e a decisão tomada por um sedutor artista de nunca morrer.
Pautado por um humor e humanidade tocantes, Daniel Kehlmann retira essa lenda do folclore medieval alemão e entra no palco da Guerra dos Trinta Anos. Quando os cidadãos se tornam as marionetes da política, Tyll, na sua graça demoníaca e sede de liberdade, é o próprio espírito de rebelião – uma rolha na água, uma gargalhada na escuridão, um herói para todos os tempos.
Um romance monumental sobre Tyll, um dos loucos mais ilustres da tradição literária europeia, numa invulgar fusão entre a ficção histórica, o picaresco e o realismo mágico, que levam alguns a comparar Daniel Kehlmann a Umberto Eco, posicionando-o como um dos grandes embaixadores da literatura em língua alemã dos nosso dias.

Daniel Kehlmann nasceu em Munique em 1975. Aos seis anos, mudou se com a família para Viena, onde estudou Filosofia e Estudos Alemães, e hoje vive em Nova Iorque, Berlim e Viena. É autor de um dos maiores sucessos literários em língua alemã de sempre, A Medida do Mundo, um bestseller internacional traduzido para mais de quarenta línguas e que foi também adaptado ao cinema. Os seus livros conquistaram diversos prémios literários, entre os quais, o prémio Thomas Mann, o Die Welt, o Candide, o Kleist e o Doderer.

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Paulo Nóbrega Serra
Written by Paulo Nóbrega Serra
Sou doutorado em Literatura com a tese «O realismo mágico na obra de Lídia Jorge, João de Melo e Hélia Correia», defendida em Junho de 2013. Mestre em Literatura Comparada e Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, autor da obra O Realismo Mágico na Literatura Portuguesa: O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge e O Meu Mundo Não É Deste Reino, de João de Melo, fruto da minha tese de mestrado. Tenho ainda três pequenas biografias publicadas na colecção Chamo-me: Agostinho da Silva, Eugénio de Andrade e D. Dinis. Colaboro com o suplemento Cultura.Sul e com o Postal do Algarve (distribuídos com o Expresso no Algarve e disponíveis online), e tenho publicado vários artigos e capítulos na área dos estudos literários. Trabalhei como professor do ensino público de 2003 a 2013 e ministrei formações. De Agosto de 2014 a Setembro de 2017, fui Docente do Instituto Camões em Gaborone na Universidade do Botsuana e na SADC, sendo o responsável pelo Departamento de Português da Universidade e ministrei cursos livres de língua portuguesa a adultos. Realizei um Mestrado em Ensino do Português e das Línguas Clássicas e uma pós-graduação em Ensino Especial. Vivi entre 2017 e Janeiro de 2020 na cidade da Beira, Moçambique, onde coordenei o Centro Cultural Português, do Camões, dois Centros de Língua Portuguesa, nas Universidades da Beira e de Quelimane. Fui docente na Universidade Pedagógica da Beira, onde leccionava Didáctica do Português a futuros professores. Resido agora em Díli, onde trabalho como Agente de Cooperação e lecciono na UNTL disciplinas como Leitura Orientada e Didáctica da Literatura. Ler é a minha vida e espero continuar a espalhar as chamas desta paixão entre os leitores amigos que por aqui passam.