A propósito da nova edição do fantástico romance de Richard Zimler, Meia-noite ou O Princípio do Mundo, um dos livros de que mais gostei do autor, e de quem divulgaremos brevemente uma entrevista a propósito de O Evangelho segundo Lázaro, divulgo o texto da nota de imprensa acabada de receber pela Porto Editora: Ver artigo
O primeiro romance de Ana Teresa Pereira, publicado em 1989 e vencedor do Prémio Caminho de Literatura Policial – que sugeriu imediatamente a publicação subsequente de As Personagens, livro que também já aqui tenho a meu lado – tem já vários dos temas ou imagens que irão assombrar a sua escrita mas aqui num tom mais negro: o duplo, um lugar solitário e isolado do mundo, a escrita, a profusão de referências literárias e cinematográficas, a própria linguagem fílmica como quando nos é feita a descrição física da personagem apenas no momento em que ela se coloca frente a um espelho a observar-se. Como quem entra num filme de suspense ou num thriller psicológico, vamos percebendo o que significa matar a imagem quando Rita decide casar com David e dessa forma parece matar a sua pessoa, morrendo a pior morte de todas que é a de se tornar a outra metade de alguém, de se tornar uma esposa exemplar, de perder o seu espaço, o seu ser, como quem deixa de ter um “quarto que seja seu” ou, segundo Duras, passe a saber fazer sopa de alho porro, o que significa a diferença entre a vida e o suicídio, e bem que, no reverso da medalha, também seja agradável sentir a nossa identidade imergir no corpo e na personalidade de outrem. Este livro tem a particularidade de referir um topónimo, Lisboa, pela primeira vez nos livros que li da autora, mas depois passamos a um local perdido no tempo e no espaço, apesar de ser inconfudivelmente a Madeira, dada a referência aos túneis que atravessam as montanhas, os calhaus, a poncha, a espetada, na claustrofobia desse espaço místico rodeado de mar e névoa. Ver artigo
Fui lendo espaçadamente este livro constituído por quatro contos da autora, o que acredito, me permitiu, desfrutar melhor da sua escrita. Sobre a escritora já se tem falado do seu universo criativo muito próprio, para o qual contribui a intertextualidade, com alusões explícitas a filmes, citações de frases soltas retiradas de livros ou filmes, certas imagens e temas, e a sensação de andarmos num fino fio entre a realidade sempre atentamente descrita e o fantástico – uma dimensão fantástica perturbante, intrigante, neogótica. A escrita é fluída e leva-nos em frases rápidas, cadenciadas, numa narrativa que começa de modo calmo mas vai acelerando a respiração à medida que o mistério se adensa. Apesar da narrativa ser perspectivada a partir da terceira pessoa, pela voz do narrador, há uma identificação muito próxima das personagens, e vamos testemunhando dos seus estados de alma. Os nomes das personagens são quase sempre estrangeiros, e parecem homenagear certas escritoras queridas à autora – como a Iris do último conto do livro e que dá título ao mesmo. O processo criativo e a arte estão também quase sempre presentes, nomeadamente, uma vez mais, no último conto, em que a personagem é também escritora. Ver artigo
Começo a achar que não há livro de Agustina que não seja um quebra-cabeças (entender a expressão de forma livre, isto é, qualquer coisa entre puzzle e dor de cabeça). A escrita agustiniana é um deleite, apesar da sua falta de linearidade mesmo quando se trata de narrar episódios históricos. Nomes de reis que se repetem, tanto que às vezes não sabemos se se fala de D. Pedro, o Cruel ou de D. Pedro, o Justiceiro, datas incertas de casamentos, pelo que nunca se sabe se o casamento de Pedro e Inês foi ou não legítimo, se já se conheciam antes do casamento do rei com D. Constança, as pistas são muitas e aquilo que fica para o leitor adivinhar é imenso. Fica deste livro a sensação de que muito mais importante do que os episódios do amor vivido entre D. Pedro e D. Inês de Castro é aquilo que se pode supor e ficcionar. Aliás de D. Inês ficamos sem saber nada, pois ela permanece na sua natureza de mulher medievalista – o renascimento veio pouco depois: enigmática, sem voz, presença apagada mas ainda assim móbil de paixões humanas e de rancores. Ver artigo
Escrevi há tempos sobre Cartas da Guerra, de António Lobo Antunes, e foi curioso como apesar de na altura ter comentado que essa leitura não me agradou particularmente acabou por ser bastante útil para aquilo que me decidi a fazer. Já tinha ligo algumas obras do autor anteriores a O meu nome é legião e Arquipélago da Insónia mas foi a partir destas que comecei a ler a sua obra, à medida que saía um novo romance. Contudo com o Cartas da Guerra decidi-me, dizia, a ler a obra toda do autor à medida que foi sendo publicada e, naturalmente, escrita. Comecei assim com Memória de Elefante e se bem que ao início a leitura custou-me um pouco acabou por fazer sentido no fim e, mais uma vez, graças às cartas que o autor publicou. Ver artigo
Este pequeno texto (44 págs.) inédito de Lídia Jorge foi criado para a Companhia de Teatro do Algarve (ACTA) e não é um livro fácil de encontrar – parece-me aliás que não se encontra mesmo à venda. Conta a história de dois migrantes, um homem e uma mulher, um imigrante e uma emigrante de origens geográficas diversas, que se encontram junto a um aeroporto. Ver artigo
Nuno Júdice, já aqui contemplado a propósito de A Implosão (2013), e geralmente mais conhecido pela sua poesia que tem somado diversos prémios dentro e fora do país, volta a fazer uma incursão na ficção com A conspiração Cellamare, terreno onde prima pela originalidade da voz e pela proximidade com o leitor. Este livrinho, sendo que se utiliza esta palavra não pela sua curta dimensão mas pela dificuldade de catalogar ou rotular eficaz e inequivocamente este romance, é um verdadeiro deleite. Como a própria contra-capa indica, embora a obra «remeta para factos históricos, não é um romance histórico», e como o próprio narrador ressalva logo nas primeiras páginas este romance seria «uma mistura de géneros, entre o diário, as memórias e a ficção; mas já sabia, ao definir esta hibridez, que o resultado seria sempre classificado como não gozando de nenhum desses estatutos e, por isso, carecendo da solidez que se exige a um texto narrativo» (pág. 8). O narrador-personagem é claramente o próprio autor, como nas anteriores obras de ficção, mas aqui claramente assumido, quando refere as suas obras anteriores ou o programa das disciplinas que leccionou enquanto professor na Universidade Nova. O móbil da narrativa é o de reencontrar o passado ou, mais especificamente, o antepassado do autor: «Precisava, antes de fazer qualquer outra coisa, de definir o meu projecto. Sabia que tivera um parente remoto que andara metido em conspirações, e que talvez tivesse perdido um bom futuro nos braços de amantes parisienses quando pôs o jogo acima dos segredos, o que é o pior que se pode fazer num país estrangeiro, embora se goze da imunidade diplomática, que ele tinha, como Embaixador do rei de Espanha em França.» (pág. 7). O embaixador Antonio Giudici, príncipe de Cellamare, não inocentemente apelidado de «remoto parente», afigura-se portanto como uma elucubração do autor pelo que deixa de ser seguro acreditar completamente nas suas palavras quando refere que esse seu «ilustre parente» poderia ter alterado o curso da História se tivesse levado a cabo a sua missão, apesar de, segundo Nuno Júdice, ter havido realmente um seu antepassado genovês que se instalou primeiro em Lisboa e, mais tarde, no Algarve. E além de ser claramente dado o tom descontraído e irónico que impera no romance, esse projecto de recuar três séculos na História nunca é linear nem inteiramente credível: «mas andar à procura de documentos no meio de arquivos e velharias sobre um antepassado que não ficou nos livros de História, e cuja existência conhecia apenas por algumas vagas referências de linhagens familiares, não era a minha vocação. Lembrei-me, então, que poderia compensar esse meu desinteresse se preenchesse as lacunas com elementos de pura imaginação, como fizeram muitos cronistas do passado histórico antes que se descobrisse que não são os homens o motor das transformações do mundo mas o preço dos cereais, do petróleo, das acções, para não falar de factores mais recentes como a baixa do rating ou as metas do défice ou a subida dos juros da dívida.» (pág. 9). Revisita-se assim a História a partir do presente, ao jeito pós-modernista, como quem demonstra que as maquinações políticas e a violência sanguinária do passado afinal ainda estão bem vivas, pois este é também um testemunho de como o escritor é afinal testemunha, se não mesmo um agente da História, ou uma voz da verdade a reivindicar justiça e activismo social, à semelhança de conspiradores mais ou menos esquecidos ou mais ou menos desvelados: «O que é certo, em tudo isto, é que eu tivera à minha disposição um personagem com o qual, para além de uma afinidade de sangue, tinha também uma afinidade no plano social: ambos apreciávamos a sombra, que é o lugar em que, sem sermos vistos, podemos manejar os cordelinhos que fazem mover a História. Ele fizera-o através da conspiração; eu procurava fazê-lo na ficção. E o resultado seria o mesmo: a queda do Poder, das forças dominantes, dos que têm nas suas mãos o domínio da humanidade.» (pág. 116). O autor não teme assim denunciar claramente o actual estado político da nação e da Europa (e chamando as coisas pelos nomes), apesar de se referir a um acontecimento aparentemente remoto, o que só demonstra que o Homem continua a incorrer nos mesmos erros do passado: «Porém, quando o motor da política que tinha de rodar sem falhas gripou, o Embaixador ficou com a geringonça nas mãos sem saber o que lhe fazer, a não ser que tivesse sabido muito bem o que devia fazer, ou seja, deixar que se desconjuntasse sozinha, adivinhando ele que os estados germânicos e a Áustria, com o apoio da Inglaterra que, como sempre, se pôs fora do baralho europeu, nunca permitiriam essa união franco-espanhola» (pág. 108). Ver artigo
A noite das mulheres cantoras, o último romance de Lídia Jorge, foi publicado depois de um interregno de quatro anos, tendo sido atribuídos à autora o Prémio da Latinidade, de Escritora Galega Universal, e o Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade do Algarve. A sua escrita reflecte acerca de diversos aspectos sociais, sempre centrada nos problemas da actualidade, sem perder o burilar lento e ritmado de uma linguagem poética, por oposição à arte que se consome fugazmente e não deixa sequelas. Este romance versa o poder do espectáculo e do mediatismo televisivo, designado como «império minuto», oferecendo um testemunho da condição humana, mas, principalmente, da mulher, na qual a própria autora, por vezes, logra reflectir-se de forma autobiográfica. Solange de Matos conduz a narrativa, desfiando o fio da intriga até chegar a um clímax já previsto e, tal como outras protagonistas que assombraram a escrita da autora, é uma personagem cândida, ingénua, com um olhar intocado sobre o mundo, lançada na rede do mal e das complexas relações humanas, mas conseguindo salvaguardar a sua integridade moral. Próximo do final da narrativa e depois de revelado o desenlace não completamente imprevisto que contesta a perfeição de uma noite em que o grupo de mulheres cantoras apareceu na televisão, Solange disserta: «A credulidade é um estado de alma que não se adquire e raramente se perde. Quando se é viciado nessa espécie de não prudência, ela se desfaz e logo se recompõe, persistindo sob a forma de uma natureza intrínseca.» (pp. 302-303). Esta jovem faz o seu ingresso na universidade e na grande cidade, no ano de 1988, data que coincide justamente com a publicação de A Costa dos Murmúrios, vinda da província, onde a família recompôs a sua vida e o seu património, enquanto retornados. Na urbe lisboeta vê-se confrontada com os subterfúgios e dissimulações de uma boa parte da natureza humana, retratada em Gisela Batista, que se assume como a líder deste grupo de mulheres que a recruta como letrista. Não sendo esta nenhuma comparação inédita, a nossa memória cultural pode remontar ao período de fama das Doce, que como muitas outras bandas dos anos 80, período de frenesim de criação artística, tiveram o seu apogeu e queda, muitas vezes de forma meteórica. A vida parece resumir-se a um instante tão repleto de promessa que raia a eternidade, condensada num momento-chave em que tudo se resume: «Eu tinha a ideia de que aquela noite não era uma noite, era aquele momento circular e totalitário de que falam as pessoas que uma vez estiveram à beira da morte e contam que, num ápice, reúnem numa só paisagem todos os pontos altos da sua vida, tudo o que viram e experimentaram» (p. 302). O império minuto de Solange e dessa banda é não propriamente a noite perfeita em que reaparecem num espectáculo televisivo, duas décadas depois, para comemorar o seu único disco, mas também a falsa epifania de um grupo de pessoas, «os filhos da década», que atingiu um êxito, efémero, à custa de um incidente, constituindo uma metáfora judicativa de todos aqueles que se consomem na busca do sucesso, ardendo como borboletas nas luzes e nos brilhos da ribalta a que toda uma geração parece aspirar, desde a década de 80, mas mais ainda nos tempos de hoje: «O pequeníssimo mundo minuto em que a Terra se transformou» (p. 299). Hoje, o egotismo tornou-se uma constante dos tempos modernos e, mais do que um sintoma, é considerado e defendido enquanto apanágio da sociedade, numa geração em que todos criam os seus books fotográficos e mantêm páginas sociais ou blogs onde comentam as mais perfeitas trivialidades, analisando-as como alguma passagem literária de grande projecção. Lídia Jorge traça o rastro da sociedade actual que vive para o imediatismo e efemeridade de um momento de fama, cujo início possivelmente remonta ao boom cultural e social da época em análise neste romance. Ver artigo
Ao fechar um ano e abrir outro ciclo, David Machado parece ser a melhor escolha literária para demonstrar o estado da nossa condição. Índice Médio de Felicidade é o terceiro romance deste jovem autor. O Fabuloso Teatro do Gigante (2006) marca a sua estreia, podendo ser lido como uma parábola para adultos, em que o fantástico aí vivido e descrito prende-se com toda uma localidade que passa a representar uma peça maior que a própria vida, montando uma farsa imensa como forma de manter a sanidade mental de um homenzarrão chamado Gabriel (também oriundo da América do Sul, como Gabriel García Márquez, o chamado mestre do realismo mágico?). Este registo do real irá evoluir para um realismo histórico e social mais convencional em Deixem Falar as Pedras (2011). É no seu último romance – depois de ter escrito contos e obras infantis pelo meio – que David Machado procura retratar a realidade portuguesa atual. Os próprios nomes são similares, além de a história ser narrada na primeira pessoa, invocando-se logo na primeira linha um «tu», o amigo Almodôvar que se encontra preso, mas como o próprio autor alerta nas entrevistas que deu acerca do romance, qualquer semelhança entre a ficção e a sua realidade são mera coincidência. Isto porque o próprio autor viveu períodos em que esteve desempregado ou se ausentou do país para trabalhar e amealhar para poder continuar a escrever. Ver artigo
O Dia dos Prodígios foi o romance de estreia de Lídia Jorge, publicado em 1980, e nele perpassa um forte sentido de autobiografia, escrito com base na memória da terra de Boliqueime, onde nasceu, e em que reflecte o imaginário e o modo de vida de um ambiente rural. O registo linguístico remete para o regional e popular, com recurso a diversos termos algarvios, mas existe igualmente uma forte dimensão mítica, que se constrói a partir do realismo mágico. Logo quando publicado, este romance foi apontado como uma obra inaugural desse género de ficção, caracterizado pelo uso do maravilhoso, aproximando-se de escritores como Gabriel García Márquez ou William Faulkner (um dos seus escritores preferidos). Ver artigo
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