Medir o Racismo, Vencer as Discriminações, de Thomas Piketty, publicado pela Temas e Debates, traduzido por Artur Lopes Cardoso, é um ensaio com cerca de 100 páginas que se lê num ápice, pela clareza do discurso e pelo encadeamento lógico dos argumentos. O aclamado autor francês de O Capital no Século XXI (2014), professor catedrático e codiretor do World Inequality Lab, parte da actual situação daquele que é o seu país para propor um novo modelo francês, mas também europeu, transnacional, universalista, de luta contra as discriminações. Piketty tem em conta o que se passa na Europa, mas também em países como os Estados Unidos ou a Índia, de modo a evidenciar como, apesar de muitas nações se terem construído sobre múltiplas mestiçagens, se tem alimentado, nomeadamente pela extrema direita, um discurso de “repúdio radical da diversidade das origens e das tradições culturais, religiosas ou relativas ao vestuário, reforçada pela perceção distorcida de uma minoria acusada de beneficiar de todos os privilégios e roubar os empregos e salários dos autóctones” (p. 8). Ver artigo