Klara e o Sol é o novo romance de Kazuo Ishiguro, autor cuja obra integral é publicada pela Gradiva, premiado com o Nobel em 2017. Este é o oitavo romance de um autor já conhecido por algumas das suas particularidades, como explorar géneros distintos, se bem que com que uma certa propensão para a distopia ou ficção-científica, em cenários muitas vezes irrealistas. A narrativa é contada na primeira pessoa pela perspectiva de Klara, uma AA (não confundir com as pilhas), sigla de Amigo Artificial, desde os seus primeiros dias na montra de uma loja onde espera expectante que uma criança a veja e escolha, pois a função de um AA é ajudar a combater a solidão enquanto acompanhante de jovens adolescentes, num mundo desestruturado (nunca completamente explicado pelo autor) onde poucos adolescentes parecem sobreviver à poluição e ingressar na vida adulta, um mundo competitivo onde só os alunos que tenham beneficiado de «edição genética» (p. 283) podem ser capazes de ingressar numa faculdade e depois ter sociedade. Ver artigo