Os Dias do Ruído, de David Machado, é o quinto romance publicado pela Dom Quixote deste autor, vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura, em 2015, com Índice Médio de Felicidade (que deu origem a um filme). Ver artigo
David Machado nasceu em Lisboa em 1978 e a sua obra é publicada pela Dom Quixote.
O seu livro Índice Médio da Felicidade foi adaptado ao cinema por Joaquim Leitão e vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura. Escreve ainda literatura infanto-juvenil, com obras de destaque como Não te afastes ou O Tubarão na Banheira.
Depois de Debaixo da Pele, aqui recenseado em 2017, David Machado aventura-se num romance sobre 2 jovens, David e Marco, que no Verão de 2001 estão numa road trip pelos Estados Unidos da América. Apesar do narrador na primeira pessoa, o leitor pode sempre levar o seu devido tempo a querer associar o nome da personagem ao do autor. Estes 2 jovens irreverentes e recém-licenciados, que se envolvem em situações por vezes controversas, decidem suspender com esta viagem o desfecho que é convencionalmente esperado ao terminar os seus cursos. A «viagem depois da viagem» é uma espécie de horizonte sem metas, em que se alimenta o sonho de viver sem prisões nem regras. A única certeza que norteia David e Marco é serem livres e não cair na armadilha de uma vida normal, feita de rotinas e hábitos: «Pouco tempo antes, eu também fora assim, orientando-me pelo mesmo guião aborrecido pelo qual toda a gente regia a sua vida, sem questionar nada, uma normalidade convencionada, um logro cómodo para todos, porque tudo o que era diferente exigia um esforço que preferíamos evitar. Olhávamos o mundo através da mesma lente baça. Todos os nossos gestos eram repetidos – embora não soubéssemos explicar porquê. Éramos réplicas perfeitas uns dos outros, ovelhas num rebanho autónomo, sem necessidade de pastor, seguindo-se umas às outras. Eu tinha vinte e três anos: estava na altura de deixar o rebanho.» (p. 10)
Estes dois gafanhotos, aos saltos entre uma cidade e outra – até que subitamente são de tal forma abanados pela realidade que percebem qual é o seu inevitável destino –, transportam consigo muito pouco além dos seus cadernos que servem de diário da viagem. Pois essa é outra certeza a que se agarram: querem ser escritores. Os eventos que lhes ocorrem podem assim ser definidos de duas formas – “isto é muito Faulkner” ou “isto é Hemingway puro”: «Enquanto Hemingway descreve sem grande detalhe os acontecimentos – deixando espaço para o leitor interpretar aquilo que as personagens estão a sentir e a pensar -, Faulkner narra sem freios e de forma exaustiva o caos interior de um ser humano – oferecendo ao leitor todos os ângulos e leituras possíveis. De certa forma, podemos considerá-los pais de toda a literatura que se lhes sucedeu, pois, de maneira mais ou menos consciente, qualquer escritor acaba por escolher uma destas duas abordagens.» (p. 21)
A Educação dos Gafanhotos é ainda isso – um romance que trata a ténue relação entre a literatura e a vida e qual delas pode ser mais verosímil. De como a literatura só interessa quando bebe da vida, apesar de esta por vezes superar qualquer plausibilidade e lógica. De como um escritor pode até ter muito mau génio e detestar pessoas, apesar de escrever para elas – e é sintomático que o jovem David acabe por ser esmurrado algumas vezes em virtude das suas diatribes verbais, pois cospe a verdade como um veneno e nem todos reagem bem quando se vêm confrontados com as mentiras que contam a si próprios. De como alguém sente necessidade de escapar à sua verdade perante os outros e de se redefinir na mentira mediante as mais rocambolescas ficções. E de como a literatura pode ser o derradeiro escape para alcançar a liberdade e reescrever a sua própria história: «Escrever era a minha forma de rejeitar qualquer definição que o mundo me quisesse impingir. Através da literatura, eu mesmo me definiria» (p. 145). E de como a memória pode trair um escritor, ao ponto de as personagens e situações que narra conforme aconteceram parecerem tão inverosímeis que o próprio narrador suspeita se terá realmente acontecido assim ou se agora o imagina.
O seu livro Índice Médio da Felicidade foi adaptado ao cinema por Joaquim Leitão e vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura. Escreve ainda literatura infanto-juvenil, com obras de destaque como Não te afastes ou O Tubarão na Banheira.
Depois de Debaixo da Pele, aqui recenseado em 2017, David Machado aventura-se num romance sobre 2 jovens, David e Marco, que no Verão de 2001 estão numa road trip pelos Estados Unidos da América. Apesar do narrador na primeira pessoa, o leitor pode sempre levar o seu devido tempo a querer associar o nome da personagem ao do autor. Estes 2 jovens irreverentes e recém-licenciados, que se envolvem em situações por vezes controversas, decidem suspender com esta viagem o desfecho que é convencionalmente esperado ao terminar os seus cursos. A «viagem depois da viagem» é uma espécie de horizonte sem metas, em que se alimenta o sonho de viver sem prisões nem regras. A única certeza que norteia David e Marco é serem livres e não cair na armadilha de uma vida normal, feita de rotinas e hábitos: «Pouco tempo antes, eu também fora assim, orientando-me pelo mesmo guião aborrecido pelo qual toda a gente regia a sua vida, sem questionar nada, uma normalidade convencionada, um logro cómodo para todos, porque tudo o que era diferente exigia um esforço que preferíamos evitar. Olhávamos o mundo através da mesma lente baça. Todos os nossos gestos eram repetidos – embora não soubéssemos explicar porquê. Éramos réplicas perfeitas uns dos outros, ovelhas num rebanho autónomo, sem necessidade de pastor, seguindo-se umas às outras. Eu tinha vinte e três anos: estava na altura de deixar o rebanho.» (p. 10)
Estes dois gafanhotos, aos saltos entre uma cidade e outra – até que subitamente são de tal forma abanados pela realidade que percebem qual é o seu inevitável destino –, transportam consigo muito pouco além dos seus cadernos que servem de diário da viagem. Pois essa é outra certeza a que se agarram: querem ser escritores. Os eventos que lhes ocorrem podem assim ser definidos de duas formas – “isto é muito Faulkner” ou “isto é Hemingway puro”: «Enquanto Hemingway descreve sem grande detalhe os acontecimentos – deixando espaço para o leitor interpretar aquilo que as personagens estão a sentir e a pensar -, Faulkner narra sem freios e de forma exaustiva o caos interior de um ser humano – oferecendo ao leitor todos os ângulos e leituras possíveis. De certa forma, podemos considerá-los pais de toda a literatura que se lhes sucedeu, pois, de maneira mais ou menos consciente, qualquer escritor acaba por escolher uma destas duas abordagens.» (p. 21)
A Educação dos Gafanhotos é ainda isso – um romance que trata a ténue relação entre a literatura e a vida e qual delas pode ser mais verosímil. De como a literatura só interessa quando bebe da vida, apesar de esta por vezes superar qualquer plausibilidade e lógica. De como um escritor pode até ter muito mau génio e detestar pessoas, apesar de escrever para elas – e é sintomático que o jovem David acabe por ser esmurrado algumas vezes em virtude das suas diatribes verbais, pois cospe a verdade como um veneno e nem todos reagem bem quando se vêm confrontados com as mentiras que contam a si próprios. De como alguém sente necessidade de escapar à sua verdade perante os outros e de se redefinir na mentira mediante as mais rocambolescas ficções. E de como a literatura pode ser o derradeiro escape para alcançar a liberdade e reescrever a sua própria história: «Escrever era a minha forma de rejeitar qualquer definição que o mundo me quisesse impingir. Através da literatura, eu mesmo me definiria» (p. 145). E de como a memória pode trair um escritor, ao ponto de as personagens e situações que narra conforme aconteceram parecerem tão inverosímeis que o próprio narrador suspeita se terá realmente acontecido assim ou se agora o imagina.
David Machado nasceu em Lisboa em 1978, e a sua obra tem sido publicada pela Dom Quixote.
O seu Índice Médio da Felicidade foi adaptado ao grande ecrã, com realização de Joaquim Leitão e participação do autor na elaboração do guião. O livro foi vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura, prémio aliás que abriu portas ao autor, pois levou a vendas de direitos para uma dezena de países, tradução dos seus livros anteriores, a premiação da edição italiana e a participação de David Machado em vários festivais e feiras do livro.
Um livro que levou cerca de três anos a ser escrito, conforme se sente na tessitura narrativa, mais burilada, e a procura de uma originalidade no estilo e na forma como tenta cruzar três narrativas diferentes, sem propriamente simplificar a história, cingindo-as a um enredo único. Na segunda parte do livro existe mesmo um jogo literário mais evidenciado, na forma como o autor inova e procura reflectir sobre o processo da própria escrita. Processo esse que «Custa tanto» conforme as suas personagens referem.
O autor inova ainda, particularmente na primeira parte, e naquela que é a narrativa mais forte e que mais marcas deixará certamente no leitor, ao adoptar uma voz narrativa feminina, pois as suas personagens anteriores são maioritariamente masculinas. Apesar de inicialmente a voz da personagem de Júlia nos parecer encaminhar para uma história de violência, pelo modo como deixa perceber, gradualmente e sempre de forma ambígua, como esta adolescente terá sido vítima de maus tratos ou de abuso há cerca de um ano, sem nunca se deter propriamente nesse episódio, para que o leitor o capte e veja na sua totalidade, esta jovem irá revelar como se convive com uma dor profunda, que se tenta camuflar na esperança que adormeça. A história desta adolescente de dezanove anos, emancipada, magoada, que sente repúdio de qualquer contacto físico ao mesmo tempo que, paradoxalmente, sente as lágrimas virem-lhe aos olhos assim que lhe tocam, é um desvelar de como se vive o trauma e a dor, a memória de um acto profundamente doloroso, físico ou emocional, que deixa marcas duradouras e impressões indeléveis, debaixo da pele. Pode até parecer um cliché a forma como uma das constantes da vida de Júlia, mesmo dentro do casulo do seu quarto, ser o barulho constante das discussões acesas do casal vizinho, como um ruído de fundo à história de Júlia, conforme lida com a depressão e o trauma do que lhe aconteceu, e da forma como isso a impele a querer salvar uma menina de cerca de cinco anos, a filha do casal do lado, cujo som de desamor atravessa as paredes e atinge o âmago da dor que Júlia procura disfarçar.
O seu Índice Médio da Felicidade foi adaptado ao grande ecrã, com realização de Joaquim Leitão e participação do autor na elaboração do guião. O livro foi vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura, prémio aliás que abriu portas ao autor, pois levou a vendas de direitos para uma dezena de países, tradução dos seus livros anteriores, a premiação da edição italiana e a participação de David Machado em vários festivais e feiras do livro.
Um livro que levou cerca de três anos a ser escrito, conforme se sente na tessitura narrativa, mais burilada, e a procura de uma originalidade no estilo e na forma como tenta cruzar três narrativas diferentes, sem propriamente simplificar a história, cingindo-as a um enredo único. Na segunda parte do livro existe mesmo um jogo literário mais evidenciado, na forma como o autor inova e procura reflectir sobre o processo da própria escrita. Processo esse que «Custa tanto» conforme as suas personagens referem.
O autor inova ainda, particularmente na primeira parte, e naquela que é a narrativa mais forte e que mais marcas deixará certamente no leitor, ao adoptar uma voz narrativa feminina, pois as suas personagens anteriores são maioritariamente masculinas. Apesar de inicialmente a voz da personagem de Júlia nos parecer encaminhar para uma história de violência, pelo modo como deixa perceber, gradualmente e sempre de forma ambígua, como esta adolescente terá sido vítima de maus tratos ou de abuso há cerca de um ano, sem nunca se deter propriamente nesse episódio, para que o leitor o capte e veja na sua totalidade, esta jovem irá revelar como se convive com uma dor profunda, que se tenta camuflar na esperança que adormeça. A história desta adolescente de dezanove anos, emancipada, magoada, que sente repúdio de qualquer contacto físico ao mesmo tempo que, paradoxalmente, sente as lágrimas virem-lhe aos olhos assim que lhe tocam, é um desvelar de como se vive o trauma e a dor, a memória de um acto profundamente doloroso, físico ou emocional, que deixa marcas duradouras e impressões indeléveis, debaixo da pele. Pode até parecer um cliché a forma como uma das constantes da vida de Júlia, mesmo dentro do casulo do seu quarto, ser o barulho constante das discussões acesas do casal vizinho, como um ruído de fundo à história de Júlia, conforme lida com a depressão e o trauma do que lhe aconteceu, e da forma como isso a impele a querer salvar uma menina de cerca de cinco anos, a filha do casal do lado, cujo som de desamor atravessa as paredes e atinge o âmago da dor que Júlia procura disfarçar.
Um livro tripartido
A primeira narrativa, intitulada «Júlia não está cá», cuja acção se passa em 1994 e é constituída por cerca de 117 páginas, não se lê de ânimo leve, e instaura uma atmosfera opressiva que, no final do livro, se redime um pouco, quando a voz narrativa é a de uma criança. Conforme Júlia agarra em Catarina, nas escadas do seu prédio, e foge com ela por Lisboa, num périplo subterrâneo moderno, entre estações de metro e discotecas, sentimos como é a própria personagem que está à deriva, enquanto tenta salvar ainda a sua infância, a sua inocência, a sua capacidade de (voltar a) confiar tão cegamente no mundo e nos homens e mulheres que o habitam como aquela criança que lhe estende os braços incondicionalmente e cujo corpinho encaixa tão perfeitamente no seu colo. É a história de um só dia na vida de Júlia e de Catarina, e que no entanto perdurará no tempo, com consequências que se repercutem nas histórias seguintes, mesmo que indirectamente.
Na segunda história, «Notas para um romance sobre uma rapariga que não suporta ser amada», saltamos para 2010. Numa narrativa com cerca de 90 páginas, cuja mancha gráfica é completamente diferente, de modo a fazer jus à designação genérica de «Notas», conheceremos Salomão, nome fictício que o escritor adopta para o seu narrador, isto é, para o eu que conta a sua própria história. Ao exercício de estilo e de estrutura narrativa que David Machado diz querer ter experimentado neste livro, acresce ainda esta técnica próxima da metaficção, em que o narrador, novamente na primeira pessoa, deixa perceber, aos poucos, e sempre de forma muito subtil, como se encontra encerrado em consequência de algum acto cometido. Ao mesmo tempo que pondera como narrar o que lhe aconteceu e que, saberemos no fim, o levou a ser preso, Salomão, esse alter ego do protagonista desta narrativa, vai colocando perguntas a si próprio, ou ao leitor?, de como melhor compôr os eventos: «Ela terá na história o mesmo nome que na realidade? É uma questão difícil. Para mim, é importante ser-lhe absolutamente fiel e aos acontecimentos com ela relacionados ao longo de toda a narrativa. No entanto, escrever o seu nome, página após página, ao mesmo tempo que recordo tudo, poderá tornar o relato demasiado doloroso. Não tenho a certeza. Mas sei que nenhuma característica física, psicológica ou cronológica enche tanto de vida uma personagem como um nome.» (p. 123)
Mas nunca saberemos o nome dessa personagem feminina sobre quem Salomão fala. E se Júlia nunca fala muito sobre João Tiago, o ex-namorado, Salomão centra-se completamente nessa mulher sem nome que invade a sua casa e a sua vida, focada unicamente na sua escrita, e com um namorado aparentemente violento. Em simultâneo com o processo de Salomão pôr a nu a sua alma e o processo de escrita em que expõe os factos do que lhe ocorreu, ao mesmo tempo que ele convive com o seu próprio trauma, temos essa rapariga completamente empenhada na sua escrita, como se apenas sobrevivesse do próprio acto da escrita. Por nunca ter nome, o leitor pode sentir uma ambiguidade latente e depois crescente em relação a essa jovem por quem Salomão acaba por se apaixonar irremediavelmente, ao ponto de cegar e ver aquilo que ela o quer levar a ver, manipulando-o a vê-la como uma vítima até que ele próprio resulta numa vítima de um crime passional.
«Eram pouco mais de cem páginas sobre um dia na vida de uma rapariga chamada Júlia que, no ano anterior, foi agredida pelo namorado e que, desde então, quer viver o menos possível. Sentir alguma coisa dói-lhe demasiado. Olhar o Mundo obriga a um envolvimento que ela receia. A sua confiança nas palavras e nos gestos de outras pessoas foi devastada. Porém, neste dia em particular, Júlia conhece uma criança que precisa de ajuda e salvar essa criança torna-se uma prioridade.» (p. 148)
Se de início pode haver alguma hesitação entre ler esta personagem feminina como sendo Júlia, perceberemos como na verdade essa criança que Júlia em tempos salvou é afinal Catarina, que se tornou uma espécie de femme fatale, perita em manipular os homens.
A perda da inocência
Na terceira e última parte, «As cassetes do Manuel», uma criança que percebemos ser o filho de Júlia, que aliás já tinha surgido, mudo e muito mais novo, no final da segunda parte, este jovem grava em 2017 umas cassetes com um Walkman, onde narra a sua própria história, entre o ontem e o agora, sentindo-se como houve um momento de cisão em que esta criança se tornou homem aos onze anos.
Pouco mais de vinte anos depois, o tom da narrativa adensa-se novamente, conforme Manuel nos revela como a mãe passou de vítima a opressora, ao tentar salvar mulheres vítimas de violência doméstica mas não é capaz de compreender como a sobreprotecção que exerce sobre o seu filho, e o isolamento a que o destinou, vivendo no meio do nada (Manuel tem inclusivamente ensino doméstico), podem ser tão ou mais nocivos do que deixá-lo contactar com o mundo real por sua conta e risco, para crescer com as suas próprias feridas.
Fica a tristeza, quem sabe pouco fictícia, de Júlia não ter sido capaz de sobreviver ao seu trauma, ao mesmo tempo que se deixa uma nota de esperança ao encerrar a narrativa pela voz de uma criança mesmo que aparentemente ele já tenha crescido muito e de repente.
Debaixo da Pele é um livro tripartido que conta nas suas várias partes uma história idêntica no seu cerne, a da perda da inocência e do mal que podemos inflingir aos outros. Mal que é capaz de deixar marcas muito mais profundas que a epiderme, muitas vezes impossíveis de sarar, e que podem até repercutir-se nos que nos rodeiam. Mas é também a forma como lidamos com as marcas que nos deixam e aquilo que decidimos fazer em resposta que nos impele ou nos derrota.
David Machado nasceu em Lisboa em 1978 e a sua obra tem sido publicada pela Dom Quixote.
O seu Índice Médio da Felicidade é uma história já apresentada por mim no Cultura.Sul, foi adaptado ao grande ecrã e vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura.
O seu Índice Médio da Felicidade é uma história já apresentada por mim no Cultura.Sul, foi adaptado ao grande ecrã e vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura.
Debaixo da Pele é um livro tripartido que conta nas suas várias partes uma história idêntica no seu cerne, a da perda da inocência e do mal que podemos inflingir nos outros capaz de deixar marcas muito mais profundas que a epiderme e muitas vezes impossíveis de sarar, capazes até de se repercutir nos que nos rodeiam. Mas é também a forma como lidamos com as marcas que nos deixam e aquilo que decidimos fazer em resposta que nos impele ou nos derrota.
A voz narrativa reparte-se entre três vozes, através de vários pontos de vista – o da vítima, o da vítima que se torna agressor, o da agressora que foi vítima.
Esta é a história de Júlia, conforme lida com a depressão e o trauma do que lhe aconteceu, e da forma como isso a impele a querer salvar uma menina de cerca de cinco anos, filha de um casal vizinho cujas discussões acesas atravessam as paredes e atingem o âmago da dor que Júlia procura disfarçar.
Ao fechar um ano e abrir outro ciclo, David Machado parece ser a melhor escolha literária para demonstrar o estado da nossa condição. Índice
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