Publicado em Março pela Alfaguara, este livro é uma sequela de O meu nome é Lucy Barton, em que a autora explora justamente as sequelas do impacto que Lucy Barton teve naqueles que a rodeiam, em Amgash, cidade do Midwest americano, onde viveu na sua infância. Lucy Barton, antes uma criança irreverente e um pouco estranha, oriunda de uma família marginalizada, é agora uma famosa escritora, e é particularmente através da sua escrita, sob a forma de um livro de memórias, que vai ter impacto na comunidade, sobre cujas vidas podemos ler de forma fragmentada, como se esta obra fosse uma colectânea de contos, em que, todavia, as várias histórias se vão interligando entre si, com personagens que são mencionadas aqui e exploradas ali, sempre com Lucy Barton no seu centro. Também no centro das várias histórias, a entretecê-las, está a exploração do bem e do mal que vive em maior ou menor harmonia no seio de cada indivíduo, das acções cometidas no passado que ainda perseguem a memória, seja por actos cometidos em guerras impostas, seja por escolhas feitas por amores mais ou menos irreflectidos, ou por simples caprichos de uma vontade intempestiva que dita alguma palavra menos premeditada, mas que pode causar danos irreparáveis. Felizmente tudo é possível, e se as pessoas não estiverem demasiado interessadas em si mesmas, como se afirma a certa altura, é sempre possível reparar o mal que por vezes se comete, porque é isso que significa ser humano: «Somos todos uma trapalhada, Angelina, tentamos fazer o melhor que podemos, amamos de um modo imperfeito, Angelina, mas não faz mal.» (p. 56). E ao ler-se esta passagem, não parece que o nome próprio da personagem seja acidental…
Percebemos que passou um ano, e cinco das nove histórias ou capítulos que constituem o livro, quando Lucy Barton, até aí sempre comentada e analisada mediante o olhar de terceiros, aparece finalmente em cena, para um reencontro com os seus dois irmãos, na casa onde viveram em crianças, com uma mãe distante e apagada, e na mais abjecta pobreza.
A escrita de Elizabeth Strout é extremamente subtil, na forma como interliga o gesto mais banal com a profundidade psicológica e a reflexão em torno da vida, da felicidade, do amor, do remorso.
A autora obteve sucesso mundial com Olive Kitteridge (adaptado a uma fabulosa mini-série com a Frances McDormand), obra que lhe valeu um Pulitzer. Ver artigo
Num período em que se tem falado e defendido bastante a causa do Cuidador Informal, começo a ler este livro publicado pela Alfaguara. Podendo ser incluído nesta nova tendência, quem sabe uma corrente literária, que desafia todos os géneros: autobiografia ficcionada, pois o «eu narrativo deste romance projecta-se através de sete figuras diferentes» (p. 22), conjugada com o ensaio e o documental. É a história de uma mulher que escolhe um trabalho “normal” numa loja de roupa, para poder seguir o sonho de uma carreira na arte, em horário pós-laboral, adormecendo sobre os livros na mesa da cozinha. É também a história dos exploradores que arriscaram chegar aos pólos da Terra, em regiões geladas e inóspitas. Mas é principalmente a história do seu irmão que vive preso no gelo da não-emoção e que provavelmente nem sequer tem consciência de como lutar para se libertar:
«O meu irmão é um homem preso no gelo. Vê-nos através dele. Ou, mais exactamente, no seu interior há uma fissura onde por vezes há gelo. Ele está e não está.» (p. 34)
Diagnosticado apenas quando tinha 30 anos, passou de borderline a Asperger e depois a autista, mas como o autismo engloba casos muito distintos, passou a chamar-se perturbação do espectro do autismo: «Esta denominação tão vaga parece-me um caminho de regresso à indefinição» (p. 37).
O irmão da narradora/autora tem um corpo, pelo que os outros tomam as decisões por ele, num cuidado constante que é duro para a mãe. Porque quem vive com deficiência intelectual ou física vive também em dependência, o que «pressupõe uma vulnerabilidade por parte de quem a sofre e um trabalho constante por parte de quem rodeia a pessoa afectada: cuidados proporcionados por pessoas cujo trabalho muitas vezes não é reconhecido e, por isso, não é retribuído como devia.» (p. 35) Ver artigo
John Fante não alcançou reconhecimento em vida, mas é hoje considerado um dos grandes autores da sua geração, notabilizado por Charles Bukowski o ter considerado como seu mentor.
É um pequeno livro, com cerca de 100 páginas, cujo discurso entre o lírico e o prosaico fazem desta obra uma pérola literária. Não falta uma boa dose de ironia e de humor, face às situações mais caricatas vivenciadas e provocadas pelo jovem herói. Com 17 anos, a um ano de terminar o liceu, Dominic Molise está desejoso de sair de casa e perseguir os seus sonhos de fama e riqueza como jogador de basebol. Ver artigo
Um livro ideal para ser lido numa tarde de outono sobre uma história de amor no crepúsculo da vida. É uma história breve mas com uma nota de esperança sobre a amizade, o amor e as oportunidades que não são agarradas na altura certa por medo ou convencionalismos.
Em Holt, uma pequena cidade do Colorado (de onde o autor é oriundo, partindo sempre desse espaço e das suas comunidades para os seus livros), Addie Moore surpreende o seu vizinho Louis Waters com uma proposta irreverente: «Estou a falar de passarmos a noite juntos. E de nos deitarmos quentinhos na cama, de fazermos companhia um ao outro. De nos deitarmos e de tu passares lá a noite. As noites custam muito a passar.» (p. 11).
Ambos viúvos, a viver vidas vazias em casas vazias, porque não partilharem a cama visto que é na noite que a solidão mais se sente? Note-se que mesmo com o neto de 6 anos de Addie, é também na noite que ele se ressente da incerteza e da reviravolta que a sua vida levou, sentindo-se abandonado pelos pais.
Escrito numa linguagem clara, concisa, numa prosa muitas vezes puramente descritiva, simples, mas nunca banal, e alternando com diálogos que vão revelando as personagens conforme estas despem a alma nas suas conversas na noite. Uma história de amor na terceira idade, sem lugares-comuns ou lamechices, onde uma comunidade se revolta contra uma relação que é mais de companheirismo do que física: é sintomático que seja essencialmente quando expostos em público que Addie e Louis mais arriscam nas manifestações físicas de afecto, «caminhando ao longo das montras falsas à moda antiga» (p. 62).
Este livro, eleito o melhor do ano por jornais como Boston Globe, Denver Post e St Louis Dispatch, foi o último romance do autor, escrito quando os médicos lhe diagnosticaram uma doença grave, e tendo falecido dias depois de o ter concluído, em Novembro de 2014. Publicado pela Alfaguara, estreia na próxima semana a sua adaptação em filme no canal Netflix, com interpretações de Jane Fonda e Robert Redford. Ver artigo
Cora é uma jovem escrava que nasceu numa plantação de algodão e apesar de nunca o ter ponderado é confrontada com a possibilidade de escolha quando Caesar lhe propõe fugir. Cora diz que não à primeira, sendo essa recusa automática a voz da avó dela, Ajarry, a falar em si. Lemos depois como Ajarry viu o mar pela primeira vez, quando é levada para as masmorras onde mulheres e crianças raptadas nas aldeias de África esperavam pelos barcos que as levariam para as Américas. Durante o seu percurso Ajarry será vendida por várias vezes, passando de uns negreiros para outros; tenta matar-se por duas vezes, na travessia do Atlântico; é marcada por várias vezes, como uma peça de gado; e o seu preço vai flutuando ao sabor do mercado, até porque há excesso de raparigas na altura, até ser vendida por duzentos e noventa e dois dólares.
Três semanas mais tarde, quando Caesar lhe volta a falar num caminho de fuga Cora acaba por dizer que sim, e dessa vez sente que é a voz da mãe, Mabel, a falar por ela, a única escrava que terá conseguido fugir da plantação.
Cora é uma personagem intrigante. Se ao início julgamos que é louca, como os restantes escravos a consideram, assistimos depois a um crescendo da personagem. Cora aliás percebe claramente a verdadeira razão por trás do convite de Caesar para o acompanhar na sua fuga: «- Achas que sou uma sortuda encantadora porque a Mabel fugiu. Mas não sou. Já me viste. Já viste aquilo que nos acontece quando temos ideias na cabeça.» (p. 64).
Cora guarda rancor à mãe que para poder fugir a terá abandonado aos dez ou onze anos (pois todos sabem que os pretos não faziam anos, simplesmente escolhiam um dia para celebrar o seu aniversário) e procura agarrar-se à única coisa que tem: um pedaço de terra de três metros quadrados onde a avó cultivava nabos e inhames. Ver artigo
Factotum é a mais recente obra Charles Bukowski publicada pela Alfaguara em Março, que já traduziu e publicou outras sete das dezenas de obras do autor. Este é o seu segundo romance, publicado originalmente em 1975. Charles Bukowski nasceu na Alemanha em 1920 mas cresceu e viveu em Los Angeles durante cinco décadas, tendo publicado o seu primeiro conto em 1944 e começado a escrever poesia uma década depois. O livro, considerado como um dos seus melhores, é descrito, na contracapa, como uma «espécie de retrato do artista enquanto jovem» sendo Henry (Harry) Chinaski um alter ego de Bukowski. À semelhança de outras obras, Factotum foi adaptado ao cinema em 2005, com um resultado feliz, por Bent Hamer, com Matt Dillon, Lili Taylor e Marisa Tomei nos principais papéis.
Seguimos o percurso de Henry Chinaski durante o período da Segunda Guerra Mundial mediante o seu relato na primeira pessoa: «Cheguei a Nova Orleães debaixo de chuva às 5 da manhã» (p. 9). E à medida que o narrador vai desfiando o seu périplo pelos Estados Unidos da América vamos sabendo mais sobre esta personagem-narrador, conforme ele se digna, numa narrativa que se sucede sempre de forma linear, a ir dando pistas do que constituiu o seu percurso. Perceberemos, por exemplo, que tem tendências suicídas (o que aliás está presente no seu comportamento autodestrutivo ao longo do livro): «Fui bebendo devagar e pus-me a pensar outra vez em arranjar uma pistola e despachar o assunto: sem os pensamentos e sem a conversa.» (p. 13). Quando o pai o vai buscar numa certa noite à prisão, tendo de pagar a fiança, também se pode ler, quando este acusa o filho de não ter querido servir o seu país, que o psiquiatra declarou que ele não estaria apto. Depressão? Não se sabe ao certo mas é bem possível pois como se refere páginas depois: «A noite ia no início e eu estava a ter um dos meus acessos de depressão.» (p. 46).
Henry Chinaski procura a solidão como um casulo protector: «Eu era um tipo que se dava bem com a solidão; sem ela, era apenas mais um homem sem comida ou sem água. Enfraquecia a cada dia passado sem solidão. Não me orgulhava da minha solidão; mas dependia dela.» (p. 35). E inclusivamente bebe como forma de escapar ao outro e ao real: «Sempre que alguém se sentava ao meu lado e se punha a conversar, eu sacava de uma das garrafas e dava um gole valente.» (p. 34). A visão do outro é aliás muitas vezes grotesca: «Olhei novamente para os rostos. Parecia uma visão do inferno em repetição ininterrupta. Cada nova remessa de rostos era mais feia, demente e cruel do que a anterior. Dei um golo de vinho.» (p. 35). Se bem que o narrador também não se retrate de forma muito positiva, mas sem qualquer autodepreciação ou autocomiseração: «Apercebi-me subitamente dos pregos das solas dos meus sapatos ranhosos a cravarem-se-me nas solas dos pés. A minha camisa encardida tinha três botões a menos. O fecho das calças estava encravado a meia haste. A fivela do cinto estava partida.» (p. 84).
Começamos assim a perceber como Henry vagabundeia de trabalho em trabalho, chegando a regressar à casa dos pais apenas para logo constatar que nunca lhes conseguirá pagar a estadia, pois o pai exige-lhe o pagamento do alojamento, da comida e da roupa lavada. Dias depois a sua saída é intempestiva e aparentemente permanente, com agressão física pelo meio. A violência é também uma constante, nas relações familiares, amorosas ou no sexo esporádico que vai tendo com as mulheres que encontra, chegando mesmo a haver um momento em que se descreve toda a cena como sendo ele a vítima. Existem ainda relações que se revelam inclusivamente parasitárias – sendo o termo parasita utilizado aqui de forma intencional – como acontece com Jan, a mulher com quem Henry parece passar mais tempo dentro da sua errância. De Nova Orleães a Los Angeles, passando por Louisiana, Filadélfia ou St. Louis, o nosso protagonista, que nada tem de herói – embora entre nalgumas rixas pois encara a luta física como desporto ou diversão – vai somando os mais diversos empregos, e vai estendendo o seu registo criminal. O próprio Henry vive por vezes como parasita social, consoante se agrava a sua incapacidade em adoptar um papel social adequado e cumpridor. Henry nunca é descrito como inepto pois, pelo contrário, adapta-se com grande facilidade às suas sucessivas ocupações, revelando inteligência, até porque não possui qualquer qualificação para os mesmos. O objectivo dele parece ser somente o de chegar ao fim da semana para ganhar o cheque e comprar bebida, numa época em que devido à Guerra haveria escassez de mão-de-obra. Henry parece assim viver à margem e acima dos comuns trabalhadores. Como diz a sua companheira Jan: «Sabes, quando te conheci, gostei da forma como atravessavas uma sala. Não te limitavas a atravessar uma sala, parecia pelo teu andar que ias atravessar uma parede, como se fosse tudo teu, como se nada interessasse.» (p. 98). Henry estudou jornalismo durante dois anos e possui uma aspiração, se bem que esta se vá perdendo ao longo da narrativa, quando se designa como «um escritor temporariamente falho de inspiração» (p. 49), essencialmente um contista que escreve três a quatro contos por semana que envia por correio para diversas revistas, até que vê finalmente um dos seus contos ser aceite para publicação, com o sugestivo título de «A Minha Alma Ébria de Cerveja é mais Triste do que Todas as Árvores de Natal Mortas do Mundo» (p. 57). Apesar de ser cada vez mais evidente que Henry é um alcoólico inveterado percebemos também, inicialmente talvez com espanto, que ele próprio boicota os postos de trabalho que vai conseguindo e percebe sempre o momento em que se prepara para ser despedido, naturalmente também em prol das suas acções que são muitas vezes vexatórias. No final do livro, composto por 87 capítulos ou trechos, as desventuras do nosso herói sucedem-se a ritmo vertiginoso, correspondendo ao longo de diversos capítulos a narração breve de como ele entra e sai de mais um trabalho a cada trecho. Essa recusa de Henry em encontrar um trabalho certo pode aliás ser percebida como uma recusa geral em viver segundo as prescrições sociais. Note-se como se descreve pejorativamente as massas da sociedade: «O dia chegava ao fim. Havia gente a trepar das estações de metro cá para fora. Semelhantes a insectos, anónimas, desvairadas, as pessoas precipitavam-se na minha direcção (…). Rodopiavam e empurravam-se umas às outras; emitiam sons horríveis.» (p. 34). Henry define-se assim como uma pessoa sem ambição, na medida em que a ambição de muita gente é um triunfo vazio: «Como raio haveria um tipo de gostar de ser acordado às seis e meia da manhã por um despertador, saltar para fora da cama, vestir-se, comer à pressa, (…) escovar os dentes e o cabelo, e penar no trânsito para chegar a um sítio onde, fundamentalmente, vai fazer com que outra pessoa ganhe montes de dinheiro e se exige que se mostre grato pela oportunidade?» (p. 116). É em torno desta crítica a uma sociedade capitalista, ainda mais quando a Segunda Guerra colocou tantos valores em causa, que se concentra a ironia e o humor cáustico do autor: «As notas de embalagem nunca estavam erradas, possivelmente porque o tipo do outro lado estava demasiado assustado com perder o emprego para ser desleixado. Normalmente, vai na sétima de trinta e seis prestações do carro novo, a mulher está a tirar um curso de cerâmica à segunda-feira à noite, os juros da hipoteca estão a sugá-lo até ao tutano e cada um dos seus cinco filhos bebe um litro de leite por dia.» (p. 122).
A linguagem é simples, com frases curtas e incisivas, sem pretensiosismos, o que pode levar a julgar a escrita banal, mas a poesia e o cuidado estético estão sempre lá, mesmo quando o autor recorre a linguagem mais gráfica, conforme às personagens retratadas pertencentes a uma classe social de estrato baixo.
Este livro é uma espécie de descida aos Infernos do mito do escritor como ser marginal e liberto das convenções usuais da sociedade. Se bem que o próprio narrador alerte para a falsidade dessas construções míticas, pois o que parece prevalecer sempre é a lei da selva: «O mito do artista que passa fome era um embuste. Assim que nos apercebemos de que tudo não passava de um embuste, ganhámos juízo e começámos a extorquir e a queimar os nossos iguais.» (p. 56). Ver artigo
Factotum é o segundo romance do Charles Bukowski e o sétimo deste autor a ser publicado em Portugal pela Alfaguara. Partilho por agora o texto de apresentação da contra-capa:
«Uma cerveja, um engate. Mais um copo, mais uma mulher. Henry Chinaski, um jovem marginal, solitário e irremediavelmente bêbedo, vagueia pela América dos tempos da Segunda Guerra, saltanto de cidade em cidade, de emprego em emprego, cada um mais degradante que o anterior, apenas para poder sustentar as noites de mulheres e álcool. Enquanto se afunda numa espiral de vícios, vai alimentando (ou adiando) o sonho de ser escritor.
Chinaski, alter ego de Bukowski, é a perfeita encarnação de um factorum, um moço de recados ou pau-para-toda-a-obra, tão inconstante e volúvel quanto é eterno o seu criador.
Aventuroso e obsceno, divertido e desesperado, desbocado e ao mesmo tempo lírico, “Factorum” é o segundo romance do grande Charles Bukowski, nunca antes publicado em Portugal. Uma espécia de retrato do artista enquanto jovem, este é decididamente um dos melhores e mais marcantes escritos do autor americano.» Ver artigo
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