Obra de estreia da autora e dedicado aos mais jovens. Ana Rita Afonso nasceu em 1976, mãe de um casal, e inspirada num desejo de infância, ter uma máquina que gravasse os seus sonhos, procura inspirar pais, educadores e professores a manterem vivos os seus sonhos com este livro. Mas intenta também, mais especialmente, chegar aos mais jovens (diz a capa do livro que este é para maiores de 13, mas poderia destinar-se a um público mais jovem ainda), em particular as «crianças e adolescentes digitais», pouco atraídos pela leitura e cada vez mais dependentes da tecnologia e dos jogos electrónicos.
É um pequeno livro com cerca de 100 páginas que conta como o João Pedro encontra na Feira da Ladra, entre outras velharias, um misterioso objecto que apesar de antiquíssimo e aparentemente inútil se revela ser um gravador de sonhos, como uma máquina que tem tanto de mágico como de tecnologia digital de ponta.
A história prende quer o leitor mais jovem quer o pai que se disponibilize a acompanhar os seus filhos nesta viagem. É particularmente interessante notar como a autora procura entrar na mente de um rapaz de 10 anos, e estabelecer relações ou comparações que só fazem sentido quando se sente e pensa como alguém desta idade. Mas nem por isso se descura o rigor da linguagem, procurando um registo cuidado, mas acessível ao público leitor mais vasto e mais destreinado da leitura.
São também de ressalvar os vários apartes que o João Pedro deixa aqui e ali, no decurso da narrativa, para se dirigir directamente ao leitor, com bastante humor.
A autora é licenciada em Psicologia Clínica e mestre em Psicossomática, e esperamos que continue a aliar o seu saber e experiência à capacidade de puxar os mais jovens para uma história de aventura que dá que pensar, onde a missão do nosso jovem herói é fazer o bem e ajudar o outro.
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