Mais que um guia turístico ou um roteiro, este é um livro em que a jornalista e algarvia Teresa Conceição nos conduz numa visita guiada pelo Algarve, de uma ponta a outra: «De “Al” a “Al”. De Alcoutim a Aljezur, de Albufeira a Alvor, de Almancil a Alcantarilha. E também de “O” a “O”: de Odeceixe a Odelouca, de Odeleite a Odiáxere e a Olhão.». Num relato feito na primeira pessoa, a autora desfia passeios, restaurantes, praias, hotéis, alojamentos, e ilustra as suas sugestões com centenas de fotos tiradas por si, incluíndo ainda números de telefone, preços e mapas, numa travessia feita de Sotavento a Barlavento pelos Algarves, sempre com introduções e apontamentos pessoais de alguém que conta «(já) quase meio século de andanças no nosso Sul mais a sul».
Este livro da Guerra & Paz tem ainda a particularidade de resultar de um programa televisivo, pois a rubrica IR é o melhor remédio é apresentada por Teresa Conceição há mais de dez anos na SIC, onde a jornalista apresenta sempre com algum humor e irreverência as suas sugestões pessoais que, naturalmente, não se limitam a praia. Para os mais distraídos, ficam a saber que no Algarve também se podem encontrar flamingos, fazer passeios de burro pelos trilhos da costa vicentina, descobrir caminhos na serra a pé, de bicicleta ou a cavalo, e descobrir uma piscina natural numa aldeia no meio da serra.
E como algarvio que sou não posso deixar de dar o devido mérito à salvaguarda que a autora faz logo no início do livro: o Algarve não é para redescobrir ou conhecer só no Verão, muito menos durante as enchentes do mês de Agosto. Os serviços aqui sugeridos foram sempre experimentados noutras alturas do ano: «Restaurantes bons podem ter dias maus; no Algarve e no Verão, as multidões não ajudam quando se trata de prestar um bom serviço». Ver artigo
Depois do sucesso de Jessie Burton com O Miniaturista, obra que vendeu mais de um milhão de exemplares por todo o mundo, com direitos vendidos para trinta países, e vencedora de diversos prémios, a Editorial Presença publica agora A musa.
A história é contada em planos alternados, como forma de adensar o mistério, entre a Londres do século vinte, durante os anos sessenta, quando o racismo ainda é uma questão social muito marcada, vivida na pele de Odelle Bastien, uma jovem caribenha recém-chegada à capital do Império, e a Espanha rural e isolada de 1936, conforme se aproxima o deflagrar da Guerra Civil, quando Olive Schloss, filha de um negociante alemão de arte, recebe uma carta da Slade School of Fine Art, convidando-a a frequentar o curso de Belas Artes. No início do livro, ambas as personagens centrais recebem uma carta que pode determinar o resto do curso das suas vidas, indiciando-se desde logo que as vidas de ambas estarão ligadas ao longo da história, até porque é no ano de 1967 que o passado ressurge para algumas personagens ao mesmo tempo que se impõe a outras como um enigma a resolver.
O enigma é um quadro intitulado Rufina e o Leão que terá sido pintado pelo artista ou revolucionário andaluzo Isaac Robles e permaneceu desconhecido até que um jovem enamorado por Olive aparece no seu trabalho com um quadro que a mãe teve toda a sua vida pendurado numa parede do quarto e que nem sequer está emoldurado. Mas enquanto Odelle abraça o trabalho tão desejado que lhe permite dar o salto de uma sapataria para o Skelton Institute of Art, como dactilógrafa, Olive prefere renunciar à escola de artes pois sabe que a família nunca a apoiaria. E tal como na História e na vida o passado nunca é inteiramente recuperável ou transparente, há obras de arte que fascinam e seduzem ao mesmo tempo que ocultam histórias trágicas de amor, perda, mentira, traição e morte. A história é ligeira, provavelmente mais cativante para um público feminino, mas cheia de peripécias e com um sólido ambiente histórico. Ver artigo
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