Maya Angelou tinha 17 anos quando, de uma relação totalmente acidental e infeliz, quase como uma curiosidade que lhe cumpria esclarecer, nasceu o seu único filho. Esse rapaz viria a revelar-se uma dádiva numa vida que não foi sempre feliz. Mas neste pequeno livro Maya Angelou escreve-nos, na primeira pessoa, sobretudo de dádivas e lições que a vida lhe deu. Estes 28 pequenos textos, onde confluem também alguns poemas, são ensinamentos, sob a forma de pequenas histórias de vida, que a autora deseja transmitir à filha que nunca teve, escrevendo para as suas muitas filhas: «Dei à luz uma criança, um rapaz, mas tenho milhares de filhas. Sois brancas e negras, judias e muçulmanas, asiáticas, hispânicas, ameríndias e esquimós. Sois gordas e magras e bonitas e feias, homossexuais e heterossexuais, instruídas e iletradas, e estou a falar para todas vós. É isto que tenho para vos oferecer.» Ver artigo
Partilhamos o texto de apresentação da editora Antígona:
«Figura fundamental da cultura afro-americana e da luta pelos direitos civis nos EUA dos anos 60, ao lado de Martin Luther King e Malcolm X, Maya Angelou (1928-2014) celebrizou-se com a publicação deste primeiro volume autobiográfico, incentivada pelo seu grande amigo e escritor James Baldwin. Grandioso livro de memórias, Sei porque Canta o Pássaro na Gaiola (1969) é o relato inspirador da infância e da juventude da autora entre o Arkansas e a Califórnia, nos anos 30 e 40, o olhar de uma criança sobre a violência inexplicável do mundo dos adultos, a desumanidade do racismo e a procura da dignidade em tempos adversos. Um clássico americano que marcou gerações e que conserva toda a sua actualidade.»
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