Uma Casa Feita de Doces, de Jennifer Egan, autora norte-americana publicada pela Quetzal, pode ser considerado uma sequela de A Visita do Brutamontes (2012). Com tradução de Vasco Teles de Menezes, este é o mais recente romance da autora vencedora do Prémio Pulitzer de 2011. Ver artigo
Jennifer Egan, escritora norte-americana que vive em Brooklyn, venceu o Prémio Pulitzer em 2011 com A Visita do Brutamontes, publicado pela Quetzal, bem como O Circo Invisível. Também pela Quetzal, saiu agora este romance A Praia de Manhattan.
É um romance denso mas que uma vez iniciada a leitura, nos arrasta para o fundo. Um romance histórico que retrata a cidade de Brooklyn durante a década de 40, entre a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente quando os Estados Unidos se encontram em guerra com os “japas”. Anna, ainda criança com quase 12 anos, acompanha o pai até uma casa junto à praia, onde ele vai falar de negócios com o mafioso Mr. Styles. Há uma forte ligação entre Eddie Kerrigan e a filha, não sendo aliás inusitado que a menina o acompanhe nestas visitas. O momento em que Anna descalça os sapatos para sentir os pés na areia fria da praia evidencia já, de alguma forma, os traços da personalidade que iremos descobrir ao longo da narrativa:
«Mr. Styles agachou-se ao lado dela, na areia, e fitou-a.
– Porque é que estás descalça? – perguntou. – Não tens frio ou estás a armar-te?» (p. 19)
Na segunda parte do livro, em que perceberemos eventualmente que Anna perdeu o pai, sem que a família saiba se ele morreu ou simplesmente saiu de casa para não regressar, fugindo ao facto de ter uma filha com deficiência profunda. Anna é agora uma jovem mulher a trabalhar no Estaleiro Naval que enfrenta a desaprovação do seu supervisor simplesmente porque, ao contrário das outras mulheres que trazem o almoço de casa, ela pede para sair.
«Anna pressentia uma ansiedade na vontade dele de nunca as perder de vista, como se raparigas à solta pelo Estaleiro Naval se pudessem dispersar como galinhas.» (p. 63)
Numa escrita elegante, por vezes poética, outras vezes narrativa e descritiva, Jennifer Egan imerge o leitor num detalhe e rigor histórico quase visual, fazendo-o apaixonar-se por Anna e perder-se com esta jovem destemida na sua vontade de se tornar a primeira e única mulher mergulhadora, enquanto a nossa heroína procura dar o seu próprio contributo para o esforço conjunto de guerra da nação, num tempo em que a mulher ainda tem muito pouca liberdade, ao mesmo tempo que tenta perceber o que aconteceu ao pai, quando volta a encontrar Mr. Styles.
É um romance denso mas que uma vez iniciada a leitura, nos arrasta para o fundo. Um romance histórico que retrata a cidade de Brooklyn durante a década de 40, entre a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente quando os Estados Unidos se encontram em guerra com os “japas”. Anna, ainda criança com quase 12 anos, acompanha o pai até uma casa junto à praia, onde ele vai falar de negócios com o mafioso Mr. Styles. Há uma forte ligação entre Eddie Kerrigan e a filha, não sendo aliás inusitado que a menina o acompanhe nestas visitas. O momento em que Anna descalça os sapatos para sentir os pés na areia fria da praia evidencia já, de alguma forma, os traços da personalidade que iremos descobrir ao longo da narrativa:
«Mr. Styles agachou-se ao lado dela, na areia, e fitou-a.
– Porque é que estás descalça? – perguntou. – Não tens frio ou estás a armar-te?» (p. 19)
Na segunda parte do livro, em que perceberemos eventualmente que Anna perdeu o pai, sem que a família saiba se ele morreu ou simplesmente saiu de casa para não regressar, fugindo ao facto de ter uma filha com deficiência profunda. Anna é agora uma jovem mulher a trabalhar no Estaleiro Naval que enfrenta a desaprovação do seu supervisor simplesmente porque, ao contrário das outras mulheres que trazem o almoço de casa, ela pede para sair.
«Anna pressentia uma ansiedade na vontade dele de nunca as perder de vista, como se raparigas à solta pelo Estaleiro Naval se pudessem dispersar como galinhas.» (p. 63)
Numa escrita elegante, por vezes poética, outras vezes narrativa e descritiva, Jennifer Egan imerge o leitor num detalhe e rigor histórico quase visual, fazendo-o apaixonar-se por Anna e perder-se com esta jovem destemida na sua vontade de se tornar a primeira e única mulher mergulhadora, enquanto a nossa heroína procura dar o seu próprio contributo para o esforço conjunto de guerra da nação, num tempo em que a mulher ainda tem muito pouca liberdade, ao mesmo tempo que tenta perceber o que aconteceu ao pai, quando volta a encontrar Mr. Styles.
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