Segunda Casa, de Rachel Cusk, publicado pela Relógio d’Água, com tradução de Sara Serras Pereira, integrou a lista de finalistas do Booker Prize de 2021. Da mesma autora, a trilogia Outline, completada em 2018, publicada entre nós pela Quetzal – A Contraluz (2017) e Trânsito (2018) –, sendo o terceiro e último volume, Kudos (2019), publicado pela Relógio d’Água, representam um novo dispositivo narrativo criado por Cusk, inédito na ficção em geral, em que protagonista e narradora se esbatem até ser pouco mais do que um contorno a contraluz, quase como se não houvesse uma intriga propriamente dita, mas sim o desfilar de uma câmara documental. Segunda Casa (Second Place no original) é um regresso da autora ao romance, e também a um registo mais convencionalmente narrativo. Ver artigo
É uma mulher. É escritora. Vive em Londres. Divorciada. Mãe de dois filhos – com os quais parece só comunicar por telefone. Viaja até Atenas. Chama-se Faye – como iremos descobrir na pág. 191.
Assim se tece uma nova forma de narrar, em que a protagonista, vista a contraluz, especialmente a partir daquilo que os outros observam sobre ela, permanece muda em praticamente toda a narrativa. Apesar de se escrever sobre a autora que a sua obra narrativa entretece autobiografia e ficção, quase nada é revelado sobre a personagem, apesar de ser ela também a narradora, e o que se regista sobre si é apenas factual. Inclusive quando observa os que com ela convivem, amigos, conhecidos, estranhos de passagem, Faye não tece considerações, limitando-se a transcrever os seus diálogos, que mais se assemelham a monólogos. Talvez por isso uma das alunas do seu curso de escrita fique tão ofendida quando percebe que a aula consiste em ouvir os participantes falarem e nada se escreve…
Neste primeiro volume de uma trilogia, em que A Contraluz (2017) e Trânsito (2018) foram publciados pela Quetzal, e mais recentemente Kudos, pela Relógio d’Água, cria este novo dispositivo narrativo na sua obra, e inédito na ficção em geral, em que a protagonista e narradora se esbate até ser pouco mais do que um contorno a contraluz.
Assim se tece uma nova forma de narrar, em que a protagonista, vista a contraluz, especialmente a partir daquilo que os outros observam sobre ela, permanece muda em praticamente toda a narrativa. Apesar de se escrever sobre a autora que a sua obra narrativa entretece autobiografia e ficção, quase nada é revelado sobre a personagem, apesar de ser ela também a narradora, e o que se regista sobre si é apenas factual. Inclusive quando observa os que com ela convivem, amigos, conhecidos, estranhos de passagem, Faye não tece considerações, limitando-se a transcrever os seus diálogos, que mais se assemelham a monólogos. Talvez por isso uma das alunas do seu curso de escrita fique tão ofendida quando percebe que a aula consiste em ouvir os participantes falarem e nada se escreve…
Neste primeiro volume de uma trilogia, em que A Contraluz (2017) e Trânsito (2018) foram publciados pela Quetzal, e mais recentemente Kudos, pela Relógio d’Água, cria este novo dispositivo narrativo na sua obra, e inédito na ficção em geral, em que a protagonista e narradora se esbate até ser pouco mais do que um contorno a contraluz.
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