Já saiu o segundo volume da tetralogia José e os seus irmãos, iniciado em As Histórias de Jaacob. Publicado pela Dom Quixote e traduzido directamente do alemão, numa excelente tradução da professora Gilda Lopes Encarnação.
José tem agora dezassete anos e «aos olhos de todos os que o contemplavam, era o rapaz mais belo entre as criaturas de Deus» (p. 9). Continua a ser invejado pelos seus 10 irmãos, mas aquilo que primeiro era ódio, por ser manifesta a predilecção do patriarca Jaacob por José, o único que aliás beneficia de um tutor, começa a transformar-se em temor, conforme se apercebem que, além da sua beleza, José é também inteligente e eloquente, capaz de seduzir, de enfeitiçar.
«É que este menino é esperto como as cobras e manso como as pombas, como todos nós deveríamos, no fundo, ser. Malicioso na inocência e inocente na malícia, de modo que a inocência se torna perigosa e a malícia sagrada – eis as marcas iniludíveis de quem foi abençoado pelo Senhor, e contra elas nada há a fazer, mesmo que o desejássemos, o que nunca sucede, porquanto nelas se adivinha a presença de Deus.» (p. 142)
(…)
Uma obra magistral, polifónica, como uma sinfonia que recupera um tema aqui e ali, enquanto se desenrola a história da queda de José, ao tornar-se escravo, e da sua ascensão a senhor do Egipto. Considerada pelo autor a sua magnum opus, esta recriação da história bíblica de José foi concebida em quatro partes, sendo as próximas a publicar José no Egito e José, o Provedor, e mal podemos esperar pela continuação desta história mítica.
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