Grandes Esperanças, de Charles Dickens, que li ainda aos 16 anos, e depois uma segunda vez, é certamente o clássico que conhece mais adaptações ao pequeno e ao grande ecrã. Além de ser um romance fabuloso, onde o destino prega partidas e o passado regressa sempre para nos perseguir.
Foi adaptado ao cinema em 1998 com Ethan Hawke e Gwyneth Paltrow, numa versão muito livre, transposta para tempos modernos. Depois em 2011 houve uma mini-série (3 episódios) com Douglas Booth e Vanessa Kirby – e Gillian Anderson (de X-Files) como Miss Havisham. Mais ou menos no mesmo ano, saiu também em filme, realizado por Mike Newell, com Helena Bonham Carter no papel de Miss Havisham.
Agora estreou há cerca de 1 semana uma nova adaptação ao pequeno ecrã, numa série da BBC em parceria com a FX, da história do rapaz que era aprendiz de ferreiro e que teve uma oportunidade de subir na vida.
O livro, que pode ser encontrado entre nós publicado pela E-Primatur, é o “horrível e maravilhoso romance de Dickens” (nas palavras de Virginia Woolf). Um dos seus livros mais complexos e de enredo intrincado que combina romance gótico, história romântica, policial, crítica social e moral, e ao mesmo tempo é um romance de formação ou, melhor dizendo, de deformação…
O jovem órfão Philip Pirrip, mais conhecido por Pip, é criado pela sua irmã e pelo ferreiro Joe numa pequena povoação perto de Kent em meados do século XIX. Um dia depara-se com um foragido, a quem se vê compelido a ajudar, sem saber as consequências que isso lhe acarretará no futuro. Pouco depois, surge uma oportunidade inusitada de entrar no mundo da aristocracia, quando a misteriosa Miss Havisham, uma velha senhora propietária da mais rica mas decrépita mansão de todo o condado. A sua missão parece simples: ser o companheiro de Estella, uma jovem protegida de Miss Havisham. Contudo, o que acontece é Pip servir de cobaia ao pérfido e vingativo plano de Miss Havisham, que treinou Estella com um intuito muito específico…
O que tem esta adaptação de diferente até à data?
Além da grande interpretação (e de uma caracterização quase exagerada, mas certamente impressionante) de Olivia Colman como Miss Havisham, há um excelente casting. A adaptação do livro é relativamente fiel. Pip surge aqui retratado como um rapaz particularmente inteligente (lê, usa palavras caras, e desenha como um artista); os cenários naturais são fantásticos, a reforçar uma aura de mistério mais carregada nesta adaptação. O terceiro episódio estreia em breve.
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