Biografia do Silêncio, de Pablo d’Ors, com o subtítulo Breve ensaio sobre meditação, é o mais aclamado livro deste autor. Não sendo completamente inédito em Portugal, pois foi publicado em 2014 pelas Edições Paulinas, a Quetzal lança-o numa nova edição, agora traduzido por Cristina Rodriguez e Artur Guerra, depois de ter publicado também, em 2019, O Amigo do Deserto, igualmente numa belíssima edição em formato de bolso.
«Se escrevi estas páginas, foi precisamente para aumentar a minha fé no silêncio, pelo que o mais sensato é deixar já as palavras e lançar-me, confiante, nesse oceano escuro e luminoso que é o silêncio.» (p. 129)
Em pouco mais de uma centena de páginas, ao longo de 49 breves capítulos, quase sempre autónomos, o autor partilha connosco a sua experiência de como fez da meditação um modo de vida. A meditação não representa aqui uma fuga ou um esquecimento de si, mas sobretudo um mergulho no silêncio do mais profundo do ser, um encontro com o íntimo da sua verdadeira natureza. Pode-se ler este livro numa perspetiva sequencial, como se se tratasse de uma espécie de diário, embora o tempo seja aí abolido, pois nestas páginas reluzem sobretudo as descobertas que o autor foi fazendo ao longo da sua prática diária de meditação e as reflexões a que nos intima. Pode-se também, por outro lado, ler este pequeno grande depoimento ao sabor do acaso, folheando e relendo capítulos de forma aleatória. O conhecimento, tão humilde quanto certeiro, é de tal forma profundo que é impossível esgotar a mensagem deste livro numa só leitura. Inclusivamente podemos usar as frases aqui contidas como mote para as nossas próprias meditações. E como um guia que permite recentrar a nossa atenção sobre o mundo.
Milhares de leitores escreveram a Pablo d’Ors para lhe agradecer este livro, levando-o a fundar, em 2014, a associação Amigos do Deserto, cujo propósito é aprofundar e promover a prática contemplativa.
Pablo d’Ors nasceu em Madrid, em 1963. É padre, filósofo, teólogo, professor, conferencista, escritor e crítico literário. Em 2014, assumiu o cargo de conselheiro cultural do Conselho Pontifício para a Cultura, por nomeação expressa do papa Francisco.
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