O Jardim, de Anna Walker, igualmente publicado pela Fábula, é outro belíssimo objecto-livro. Quando a família de Ema se muda para a cidade, a menina deixa para trás o seu jardim. Apesar de a mãe lhe prometer que logo poderá plantar um novo jardim, Ema cedo compreende que entre aqueles prédios imensos não há espaço para macieiras e narcisos. Mas Ema é persistente e, depois de tentativas mais frágeis e efémeras, como os seus desenhos a giz, acaba por descobrir como afinal a Natureza encontra sempre uma forma de perseverar, e a cidade afinal pode ganhar cor.
Um álbum cujas ilustrações são a aguarela, onde se destaca o branco e o cinzento ao desenhar os contornos de uma cidade imensa, em que a figura de Ema é diminuta face aos prédios que a rodeiam.
Uma história tão singela quanto profunda que nos recorda a importância do contacto com as plantas e com a natureza, que tem sido cada vez mais valorizado. Cá em casa, por exemplo, durante os meses de confinamento cresceu um jardim imenso na frente. E há actualmente cidades onde os prédios são concebidos e pensados de modo a albergar jardins, inclusive nos telhados e nas paredes.
Anna Walker cria as suas ilustrações com aguarelas, lápis e colagens. Vive em Melbourne, Austrália. E esta obra, vencedora do Wilderness Society Environment Award for Children’s Literature, integra o Plano Nacional de Leitura para crianças dos 6 aos 11 anos.
Deve ser um livro lindo.
Confesso que acho todos os álbuns infantis da Fábula lindíssimos.