Este livro custou-me imenso a ler. Não percebo, sinceramente, qual o seu valor literário mas pelos vistos teve sumo suficiente para dar origem a um filme que está a ser badalado e ainda não terei oportunidade de ver.
As cartas falam afinal muito pouco da situação da guerra, muita da informação é descontextualizada, podiam aliás ter incluído alguma das respostas da esposa do autor, há erros que nem sequer foram corrigidos (antes de ontem, por ex. – sim, sou mesquinho), e as repetições são fastidiosas no mínimo. Como sou um leitor perseverante, e acho uma heresia não acabar um livro uma vez iniciado, li todas as cartas – quase 425 páginas. Continuei sem perceber o valor literário ou mesmo documental desta obra. Aposto que a obra só foi publicada por ser quem é, tanto que a obra foi publicada já em 2005. O autor fala mais da evolução do seu manuscrito e das suas ânsias de ser uma vedeta literária – com muito pouca modéstia aliás (mesmo que as cartas assumam um tom confessional naturalmente) – do que falam da guerra em Angola e, no fim, parece-me que esse seu «Voo» não deu em nada. Mais uma vez sou teimoso pelo que vou agora preparar-me para ler a obra de António Lobo Antunes desde a primeira obra, Memória de Elefante, e tentar perceber a sua evolução, pois afinal trata-se de um dos maiores escritores portugueses da actualidade…
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