Constituído por onze capítulos, cada um subdividido em maneiras diferentes de melhorar a escrita nas mais variadas situações («Doze maneiras de evitar que o leitor o odeie» ou «Dez maneiras de melhorar o seu estilo»), inclusivamente quando não estamos a escrever.
Publicado pela Guerra & Paz, este livro «ensina o meu caro leitor a escrever melhores notas de resgate» e também «melhores cartas de amor, histórias, artigos de revista, cartas ao editor, propostas de negócio, sermões, poemas, romances, pedidos de liberdade condicional, boletins da paróquia, canções, memorandos, ensaios, trabalhos escolares, teses, grafitis, ameaças de morte, anúncios e listas de compras».
Fica claro logo desde as primeiras linhas da introdução o espírito irreverente do autor que torna aprazível e divertida uma leitura que poderia ser meramente técnica, enquanto se revê cuidados a ter com gramática, pontuação, estilo, ortografia, revisão, etc..
Com tradução de Marco Neves, autor de A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa, houve oncuidado em adaptar à língua portuguesa os cuidados a ter sobre gramática ou referências bibliográficas a consultar, ainda que possa parecer estranho a certa altura termos Gary Provost a citar Camões ou a remeter o leitor para a Gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra.
O escritor e professor norte-americano Gary Provost (1944-1995) percorreu a América à boleia durante um ano, terminado o secundário, e dedicou-se em seguida à ficção durante os próximos dez anos, para depois passar a escrever não-ficção, trabalhar como jornalista freelancer, e nos anos 80 e 90 dedicou-se ao ensino da arte da escrita, tendo publicado este livro em 1985.
Para Gary Provost, a escrita não é pintura, mas sim música, por isso nada como ganhar senso comum e seguir da melhor forma os conselhos deste livro para depois fazer soar as frases de modo a sentir a sua musicalidade.

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Paulo Nóbrega Serra
Written by Paulo Nóbrega Serra
Sou doutorado em Literatura com a tese «O realismo mágico na obra de Lídia Jorge, João de Melo e Hélia Correia», defendida em Junho de 2013. Mestre em Literatura Comparada e Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, autor da obra O Realismo Mágico na Literatura Portuguesa: O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge e O Meu Mundo Não É Deste Reino, de João de Melo, fruto da minha tese de mestrado. Tenho ainda três pequenas biografias publicadas na colecção Chamo-me: Agostinho da Silva, Eugénio de Andrade e D. Dinis. Colaboro com o suplemento Cultura.Sul e com o Postal do Algarve (distribuídos com o Expresso no Algarve e disponíveis online), e tenho publicado vários artigos e capítulos na área dos estudos literários. Trabalhei como professor do ensino público de 2003 a 2013 e ministrei formações. De Agosto de 2014 a Setembro de 2017, fui Docente do Instituto Camões em Gaborone na Universidade do Botsuana e na SADC, sendo o responsável pelo Departamento de Português da Universidade e ministrei cursos livres de língua portuguesa a adultos. Realizei um Mestrado em Ensino do Português e das Línguas Clássicas e uma pós-graduação em Ensino Especial. Vivi entre 2017 e Janeiro de 2020 na cidade da Beira, Moçambique, onde coordenei o Centro Cultural Português, do Camões, dois Centros de Língua Portuguesa, nas Universidades da Beira e de Quelimane. Fui docente na Universidade Pedagógica da Beira, onde leccionava Didáctica do Português a futuros professores. Resido agora em Díli, onde trabalho como Agente de Cooperação e lecciono na UNTL disciplinas como Leitura Orientada e Didáctica da Literatura. Ler é a minha vida e espero continuar a espalhar as chamas desta paixão entre os leitores amigos que por aqui passam.