Morte no Nilo, de Agatha Christie, foi relançado agora numa nova edição pela ASA, com tradução de Isabel Alves. Um dos livros mais emblemáticos de Agatha Christie que conhece agora uma nova adaptação ao cinema. Publicado originalmente em 1937, Morte no Nilo foi escrito depois de Agatha Christie ter regressado de um inverno passado no Egipto. Identificado pela própria autora como um dos seus melhores livros das “viagens pelo estrangeiro”, Morte no Nilo é o 18.º volume da coleção de livros de Agatha Christie expressamente pensada para jovens leitores. Este aclamado mistério de Hercule Poirot, protagonista de uma saga que foi eleita a Melhor Série Policial do século XX, integra ainda o Plano Nacional de Leitura 2027.
Neste novo Mistério de Hercule Poirot, o famoso detetive belga encontra-se de férias no Egipto, a bordo de um cruzeiro no Nilo. Nesse mesmo navio seguem inúmeras outras personagens, muitas delas tenuemente ligadas entre si. No centro encontra-se Linnet Ridgeway, uma belíssima e riquíssima jovem prestes a atingir a maioridade (aos 21 anos), recentemente casada, e tão ou mais conhecida do que Poirot. A intriga, como se quer num policial, envolve assim diversas personagens, quase todas com os seus segredos, desvendados pela visão arguta de Poirot, que, apesar do seu ar cómico e bigodes ridículos, nunca falha uma pressuposição; e chega a fazer as vezes de Cupido, unindo pares improváveis. A ação discorre num ritmo pausado – parece, de facto, uma «perfeita novela» (p. 153) – até que, na segunda metade do livro, tudo se precipita quando uma jovem mulher aparece morta. Na verdade, e em poucos dias, esta é a primeira de 3 mulheres mortas a bordo. Para os leitores pouco familiarizados com os policiais da autora, pode surpreender o humor, nomeadamente em torno da figura de Poirot, assim como uma forte consciência do que deve ser um romance policial, conforme a autora vai introduzindo notas autorreflexivas sobre o género aqui e ali, como quando uma personagem refere que nos policiais «os pormenores nem sempre são muito exatos» (p. 239). Subjaz à trama a ideia de que, desde que haja um bom motivo, todas as pessoas são potenciais criminosos, pelo que o leitor que queira desvendar a identidade do assassino não deve cair no risco de simpatizar com ninguém, uma vez que a empatia pode toldar-lhe o raciocínio.
O filme Morte no Nilo, realizado e protagonizado por Kenneth Branagh (no papel de Hercule Poirot), estreou nas salas de cinema portuguesas no dia 10 de fevereiro. A recente adaptação ao cinema num filme com um elenco de luxo (como Gal Gadot) tem tido algumas críticas menos boas mas o livro esse não desilude. Agatha Christie, considerada a Melhor Escritora de Livros Policiais do século XX, nasceu em 1890 e morreu em 1976, no Reino Unido.. Os seus livros são os mais vendidos de sempre e estão publicados em mais de cem línguas; muitos deles estão adaptados ao cinema e televisão.
Li-o há cerca de um ano, não sei se esta tradução, mas deve ser pois era da ASA mas noutra coleção que tem capas escuras, É sem dúvida um dos melhores livros de Agatha Christie que já li.