Prémio Camões 2021 Ver artigo
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O Terrorista Elegante e Outras Histórias, de Mia Couto e José Eduardo Agualusa, publicado pela Quetzal, é um livro escrito a quatro mãos por dois dos grandes nomes da literatura em língua portuguesa. Constituído por 3 três peças de teatro, aqui convertidas em novelas ou pequenas histórias, a jogar com a poesia da linguagem. Ver artigo
Marrom e Amarelo, de Paulo Scott, publicado pelas Edições Tinta-da-china, conta a história da discriminação racial no Brasil através da história de dois irmãos. Como se pode ler no próprio romance: «Nenhuma boa história é leve, Federico, Nenhuma boa história deixa de fora o que é denso, o que é pesado, observa.» (p. 152) Ver artigo
Requiem para o Navegador Solitário, de Luís Cardoso, publicado em 2007 (Publicações Dom Quixote), constitui uma crítica velada ao colonialismo por um autor em situação de diáspora, numa espécie de exílio autoimposto. Ver artigo
O Gato Que Chora Como Pessoa, de Geremias Mendoso, foi publicado pela Caminho e agraciado com o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian 2019, na sua 10.ª edição, na Modalidade Juvenil. Esta cuidada edição de capa dura conta ainda com belíssimas ilustrações de Samuel (Arão) Djive, artista plástico já com relevo. Ver artigo
O Mapeador de Ausências é o mais recente romance de Mia Couto, publicado no final de 2020 pela Caminho. Ver artigo
O Plantador de Abóboras, de Luís Cardoso Ver artigo
Sinopse:
O jornalista angolano Daniel Benchimol sonha com pessoas que não conhece. Moira Fernandes, artista plástica moçambicana, radicada na Cidade do Cabo, encena e fotografa os próprios sonhos. Hélio de Castro, neurocientista brasileiro, filma-os. Hossi Kaley, hoteleiro, antigo guerrilheiro, com um passado obscuro e violento, tem com os sonhos uma relação ainda mais estranha e misteriosa. Os sonhos juntam estas quatro personagens num país dominado por um regime totalitário à beira da completa desagregação.
A Sociedade dos Sonhadores Involuntários é uma fábula política, satírica e divertida, que desafia e questiona a natureza da realidade, ao mesmo tempo que defende a reabilitação do sonho enquanto instrumento da consciência e da transformação.
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil.
Os seus romances têm sido distinguidos com os mais prestigiados prémios nacionais e estrangeiros, como o Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula, 1998) e o Independent Foreign Fiction Prize (para O Vendedor de Passados, 2004). Mais recentemente, o romance Teoria Geral do Esquecimento foi finalista do Man Booker Internacional e do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award). Também os seus contos e livros infantis foram merecedores de prémios, como o Grande Prémio de Conto da APE e o Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian.
No dia do baptismo de Beatriz, a «aglomeração de gente» é tal que «o acontecimento antes de mais parecia o dia do juízo final», «um dia especial porque era o dia em que se comemorava a assunção de Nossa Senhora aos céus. Não era todos os dias que se poderia ter uma coincidênciadessas. Padre Santa dizia que, ou era desta que me baptizava e eu aproveitava a boleia da Virgem, ou eu ficava em terra e eternamente gentia. Estava lá mais gente do que ele esperava, inclusive pessoas que tinham morrido durante as guerras. Todos me queriam ver. Apresentaram-se com todos os apetrechos e alguns provavelmente tiveram de ir às aldeias mais remotas para recuperarem as respectivas partes corporais. (…) Os que não conseguiam colocar as respectivas cabeças nos seus lugares tinham-nas nas mãos. (…) Padre Santa fez então o louvor do labor do meu pai por ter mobilizado tanto catecúmeno, sendo que alguns vieram directamente das catacumbas.» (p. 114-115)
Padre Santa finalmente dá-lhe o nome de Beatriz e coloca-lhe uma venda nos olhos porque «eu já tinha visto tudo. Doravante não precisaria mais de olhos para ver.» (p. 116)
Mas depois repara «no lento aproximar da multidão dirigindo-se para o altar. Todos me queriam tocar e provavelmente me quereriam ver com olhos bem abertos. (…) E vendo que não paravam e temendo um rapto ou linchamento afastou-os, aos mortos com sal e água benta e aos vivos com a maldição do inferno.» (p. 116)