Um escritor norte-americano bem conhecido do público, com mais de 300 milhões de livros vendidos em todo o mundo, e obras adaptadas ao cinema como A Firma, com Tom Cruise. A trama do seu mais recente livro apela a qualquer leitor inveterado, ao juntar três histórias e três personagens, aparentemente desirmanadas e sem nada em comum. Um gangue de ladrões de alto nível, um jovem ambicioso que quando se depara com uma herança roubada de primeiras edições assinadas se torna um livreiro de sucesso, e uma escritora com um bloqueio criativo.
Os primeiros capítulos da obra dão conta da descrição de um fabuloso roubo dos manuscritos originais de Fitzgerald. Mas aquele que parecia o golpe perfeito acaba por correr mal e a arrogância dos ladrões não joga a seu favor. Em seguida, ficamos a conhecer Bruce Cable e a história de como se tornou dono de uma livraria muito popular na pequena povoação turística de Santa Rosa, Florida, que acolhe e suporta uma multitude de escritores, ainda que a sua verdadeira actividade seja como negociante de livros raros. E por último, mas na verdade, sendo ela o centro da trama a partir de certa altura, deparamo-nos com Mercer Mann, uma jovem escritora à deriva, que escreveu um primeiro livro aclamado pela crítica e que desde então se depara com um bloqueio criativo, além de que foi despedida da escola onde leccionava e se encontra há oito anos com uma dívida preocupante resultante dos seus juros de empréstimos de estudante. Até que Mercer Mann é abordada por uma mulher misteriosa, que sabe tudo sobre ela, e lhe oferece uma saída, ainda que isso implique mentira e duplicidade, recrutando-a como espia ao serviço de uma agência paralela ao FBI.
John Grisham é, em suma, um autor que sabe escrever uma boa história com qualidade literária que não se assemelha simplesmente a um guião cinematográfico, constrói personagens com densidade, e oferece-nos um livro de leitura compulsiva sobre leitores, editores, escritores, livreiros, colecionadores; sobre aqueles que são capazes de tudo, inclusive roubar ou matar, apenas para se poderem apoderar de um objecto que para muitos outros provavelmente não teria qualquer valor, como uma primeira edição autografada pelo autor ou um manuscrito original de um clássico como O Grande Gatsby. Ver artigo
São sete os títulos da colecção da Bertrand em que diversos autores contemporâneos recriam uma obra de Shakespeare, com vista a celebrar Shakespeare. O quinto título da colecção lançada em cerca de 30 países é Semente de Bruxa, em que Margaret Atwood recria a peça A Tempestade. Esta autora canadiana tem dado muito que falar no último ano, com a adaptação para série televisiva de dois livros seus, História de uma serva e Alias Grace, encontrando-se já em produção mais duas adaptações das suas obras.
Felix é um director artístico no Festival de Teatro de Makeshiweg com produções ousadas que fazem com que o público saia cambaleante e ébrio, com cabeças de Macbeth ensopadas em sangue atiradas ao público, o Rei Lear nu em palco, ou Péricles encenado com naves espaciais.
Felix perdeu a mulher e a filha, aos 3 anos, com meningite. E mergulha por inteiro na encenação de Tempestade, aquela que será a sua melhor produção de sempre. Até ao dia em que é traído e afastado pela pessoa em quem mais confiava. A partir daí, Felix vive em reclusão, alucina com a sua filha Miranda, até que anos depois passa a trabalhar numa prisão como professor de literacia e mobiliza os seus alunos a representar Shakespeare.
Doze anos depois, Felix renasce assim como Próspero e tem a possibilidade de encenar finalmente o seu projecto outrora gorado, o que lhe permite também, dentro da prisão e com a ajuda dos presidiários que são seus alunos de teatro, encenar a sua vingança.
A autora abandona o género fantástico ou distópico que normalmente caracteriza as suas melhores obras, mas mostra versatilidade no tratamento do tema central à peça, ao mesmo tempo que atenta na forma como o próprio teatro precisa de ir sendo recriado para se manter actual e continuar a tocar os corações dos homens de hoje com temas e intrigas que foram criadas há séculos, celebrando-se assim, de forma justa, esse vulto maior do teatro mundial que foi, e permanece a ser, William Shakespeare. Ver artigo
Um retrato cruel da fundação da América, nos anos 50 do século XIX, que recebeu o Prémio Costa para Melhor Livro do Ano (sendo a segunda vez que o autor vence este prémio). Publicado pela Bertrand.
A linguagem é singular, num registo muito próximo da oralidade e de um certo falar da época, com um humor bem doseado, conforme Thomas McNulty recorda na primeira pessoa, por volta dos seus cinquenta anos, os acontecimentos que viveu enquanto soldado, depois de ter começado como dançarina (sim, dançarina) por volta dos seus quinze anos de idade, sempre na companhia do seu amante e depois companheiro de armas John Cole.
«Não pensávamos no tempo como algo que pudesse ter um fim, era como se fosse continuar para sempre, tudo repousava e se interrompia naquele momento. É difícil explicar o que quero dizer com isto. Olhamos para trás, para todos os anos intermináveis em que nunca tivemos essa ideia. É o que faço agora, ao escrever estas palavras no Tennessee. Penso nos dias sem fim da minha vida. E agora não é assim. Pergunto-me que palavras dissemos tão descuidadamente naquela noite, que tolices vigorosas proferimos, que gritos bêbedos soltámos, que estúpida alegria havia em tudo aquilo. E o John Cole, como era jovem e mais bonito do que qualquer pessoa que alguma vez pisou a Terra. Jovem, e isso nunca mudaria. O coração cheio, a alma a cantar. Plenamente vivo na vida e feliz como as andorinhas sob os beirais da casa.» (p. 43)
Os autores irlandeses estão efectivamente na moda, e os livros de Sebastian Barry (nascido em Dublin em 1955) estão invariavelmente nas listas de prémios anglófonos como vencedor ou finalista.
Não li outros livros do autor (ainda) mas a linguagem, bela sem ser pretensiosa, alia-se a uma magnífica história. Ver artigo
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