Alberto Manguel, nascido em Buenos Aires em 1948, é sobejamente conhecido como ensaísta, desde o seu Uma História da Leitura – que já merecia uma nova edição, entretanto confirmada pela editora para sair ainda este ano, até porque é uma Bíblia para estudantes de literatura e para todos aqueles que apreciam o livro como objecto). Quase toda a sua obra de ensaio tem vindo a ser publicada pela Tinta-da-China, desde 2013, que aliás incluiu na edição portuguesa do livro um posfácio inédito, até porque o autor prepara-se para vir para Lisboa. Graças a Bárbara Bulhosa, sua editora portuguesa, surgiu da parte da Câmara de Lisboa a possibilidade do autor voltar a desembalar a sua biblioteca pois, ao contrário de Borges (que tinha em casa uns cantinhos discretos com livros e uma boa parte da sua biblioteca memorizada), Manguel tem cerca de 40 mil títulos que serão recebidos na capital portuguesa, num novo espaço municipal a funcionar como biblioteca e Centro de Estudos sobre a História da Leitura.
Com Borges, traduzido por Rita Almeida Simões, pequena pérola com 82 páginas e perfeito para caber no bolso, revisita uma figura tutelar de Alberto Manguel, Jorge Luis Borges, que é também a influência de muitos outros escritores, desde Gabriel García Márquez a Umberto Eco – que cria uma personagem de O Nome da Rosa como homenagem a Borges.
Quando, em 1964, um escritor cego convida um livreiro de 16 anos para lhe ler em voz alta, o rapaz não tem em grande conta a excepcionalidade do encontro, pois Manguel já amava livros e havia, em Buenos Aires, um vasto conjunto de pessoas que serviram como leitores ao director da Biblioteca Nacional quando Borges cegou, por volta dos 60 anos (condição congénita e previsível).
Neste livro de memória afectiva, Manguel resume o decurso desses serões ao longo de 4 anos, mas ao rememorar está também a narrar – e pela primeira vez nos seus ensaios tem mesmo breves trechos de efabulação, ou não fosse o acto de recordar e recontar uma ficção em si – a partilha de breves momentos domésticos, que recorda com suspeita nitidez. Mas este é também um livro que explora a obra do autor, destacando alguns dos seus contos e temáticas, para (re)ler em constelação com obras recentemente publicadas pela Quetzal – Na Patagónia, de Bruce Chatwin, a nova edição de Ficções ou a antologia de ensaios Outras Inquirições. Ver artigo
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